São Paulo, segunda-feira, 08 de dezembro de 2008

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Com 19%, Congresso obtém maior índice de aprovação

Segundo Datafolha, rejeição a desempenho de congressistas caiu de 39% para 31%

Melhora na avaliação ocorre apesar de Câmara e Senado terem passado maior parte de 2008 "emperrados" com análise de MPs e com CPIs


RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O desempenho dos 594 deputados federais e senadores eleitos em 2006 atingiu seu maior grau de aprovação, mostra pesquisa Datafolha realizada no final de novembro, mas isso não é exatamente uma boa notícia para os parlamentares: a reprovação deles continua altíssima entre a população.
De acordo com a pesquisa- feita entre os dias 25 e 28-, 19% dos entrevistados avaliam o desempenho dos atuais congressistas como ótimo ou bom, cinco pontos percentuais a mais do que o último levantamento, em março (14%).
A taxa de aprovação é a maior desde que o Datafolha iniciou a avaliação dos deputados federais e senadores eleitos, em março de 2007.
A melhora ocorre apesar de o Congresso não ter se destacado, mais uma vez, pela produção legislativa própria. Como observado nos últimos anos, a Câmara e o Senado passaram a maior parte de 2008 "emperrados" pela análise de medidas provisórias -de iniciativa do governo federal e com prioridade na pauta de votações-, e com parte dos esforços direcionados à realização de CPIs.
Projetos que integrantes da cúpula das duas Casas anunciavam como prioritários, como as reformas política e tributária, mais uma vez ficaram pelo caminho. Apesar da melhora na avaliação verificada pelo Datafolha, o número dos que reprovam o trabalho dos congressistas supera o dos que aprovam.
Na pesquisa, 31% dos entrevistados disseram considerar ruim ou péssimo o desempenho dos deputados e senadores, oito pontos percentuais abaixo do que o registrado em março deste ano (39%).
O Datafolha ouviu 3.486 pessoas em todo o país, com margem de erro de dois pontos percentuais. É a quarta pesquisa de avaliação do Congresso feita pelo instituto nesta legislatura.
O levantamento não abrange a repercussão da absolvição, na quarta-feira, pelo Conselho de Ética da Câmara, do deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), investigado por suspeita de envolvimento em esquema de desvio de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
De acordo com os dados da pesquisa, a aprovação aos congressistas é maior na camada da população mais pobre (com renda de até dois salários mínimos), menos escolarizada (com ensino fundamental) e que mora no interior do país. Em todos esses estratos, o índice de ótimo e bom atinge 23%.
Já a reprovação é maior entre os mais ricos (43% de ruim ou péssimo entre os que ganham dez salários mínimos ou mais), os mais escolarizados (47% entre aqueles com o ensino superior) e os que moram nas capitais brasileiras (40%).
O Datafolha também mediu a avaliação do desempenho dos congressistas tomando como base o partido de preferência do entrevistado.
A maior aprovação está entre os simpatizantes do DEM (ex-PFL), partido de oposição (27%). A maior reprovação foi verificada entre aqueles que optaram pelo PDT como partido de preferência (37%).
Por fim, a pesquisa aferiu o trabalho dos deputados e senadores segundo a opção de pré-candidatura à Presidência da República manifestada pelo entrevistado. Nos cinco cenários apresentados, os eleitores do atual governador de São Paulo, José Serra (PSDB), foram aqueles que mais aprovaram o desempenho dos congressistas -22%. Na outra ponta, os eleitores da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) foram os que mais reprovaram (35%).


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