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Com 19%, Congresso obtém maior índice de aprovação
Segundo Datafolha, rejeição a desempenho de congressistas caiu de 39% para 31%
Melhora na avaliação ocorre apesar de Câmara e Senado terem passado maior parte de 2008 "emperrados" com análise de MPs e com CPIs
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O desempenho dos 594 deputados federais e senadores
eleitos em 2006 atingiu seu
maior grau de aprovação, mostra pesquisa Datafolha realizada no final de novembro, mas
isso não é exatamente uma boa
notícia para os parlamentares:
a reprovação deles continua altíssima entre a população.
De acordo com a pesquisa-
feita entre os dias 25 e 28-,
19% dos entrevistados avaliam
o desempenho dos atuais congressistas como ótimo ou bom,
cinco pontos percentuais a
mais do que o último levantamento, em março (14%).
A taxa de aprovação é a maior
desde que o Datafolha iniciou a
avaliação dos deputados federais e senadores eleitos, em
março de 2007.
A melhora ocorre apesar de o
Congresso não ter se destacado, mais uma vez, pela produção legislativa própria. Como
observado nos últimos anos, a
Câmara e o Senado passaram a
maior parte de 2008 "emperrados" pela análise de medidas
provisórias -de iniciativa do
governo federal e com prioridade na pauta de votações-, e
com parte dos esforços direcionados à realização de CPIs.
Projetos que integrantes da
cúpula das duas Casas anunciavam como prioritários, como as
reformas política e tributária,
mais uma vez ficaram pelo caminho. Apesar da melhora na
avaliação verificada pelo Datafolha, o número dos que reprovam o trabalho dos congressistas supera o dos que aprovam.
Na pesquisa, 31% dos entrevistados disseram considerar
ruim ou péssimo o desempenho dos deputados e senadores,
oito pontos percentuais abaixo
do que o registrado em março
deste ano (39%).
O Datafolha ouviu 3.486 pessoas em todo o país, com margem de erro de dois pontos percentuais. É a quarta pesquisa de
avaliação do Congresso feita
pelo instituto nesta legislatura.
O levantamento não abrange
a repercussão da absolvição, na
quarta-feira, pelo Conselho de
Ética da Câmara, do deputado
Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), investigado por suspeita de
envolvimento em esquema de
desvio de recursos do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
De acordo com os dados da
pesquisa, a aprovação aos congressistas é maior na camada
da população mais pobre (com
renda de até dois salários mínimos), menos escolarizada (com
ensino fundamental) e que mora no interior do país. Em todos
esses estratos, o índice de ótimo e bom atinge 23%.
Já a reprovação é maior entre
os mais ricos (43% de ruim ou
péssimo entre os que ganham
dez salários mínimos ou mais),
os mais escolarizados (47% entre aqueles com o ensino superior) e os que moram nas capitais brasileiras (40%).
O Datafolha também mediu a
avaliação do desempenho dos
congressistas tomando como
base o partido de preferência
do entrevistado.
A maior aprovação está entre
os simpatizantes do DEM (ex-PFL), partido de oposição
(27%). A maior reprovação foi
verificada entre aqueles que
optaram pelo PDT como partido de preferência (37%).
Por fim, a pesquisa aferiu o
trabalho dos deputados e senadores segundo a opção de pré-candidatura à Presidência da
República manifestada pelo
entrevistado. Nos cinco cenários apresentados, os eleitores
do atual governador de São
Paulo, José Serra (PSDB), foram aqueles que mais aprovaram o desempenho dos congressistas -22%. Na outra ponta, os eleitores da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) foram
os que mais reprovaram (35%).
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