São Paulo, terça-feira, 08 de dezembro de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Vasos comunicantes

Empresas citadas em planilhas e em depoimentos ao Ministério Público como supostas financiadoras do caixa dois de José Roberto Arruda também abasteceram, em 2006, a conta do Diretório Nacional do DEM (então PFL). Os recursos, depois de caírem no caixa do partido, foram repassados a candidatos como "doações ocultas". As empresas fizeram as doações a partir de agosto, com Arruda em plena campanha.
A TBA, da área de informática, destinou R$ 200 mil aos "demos". Também aparecem empreiteiras de lista feita pelo tucano Márcio Machado, depois transformado em secretário de Obras: Serveng (R$ 500 mil), Conterc (R$ 100 mil), Torc (R$ 250 mil), Via (R$ 500 mil), OAS (R$ 250 mil) e Mendes Jr. (R$ 250 mil).




Que tal? Arruda chamou o presidente do DEM, Rodrigo Maia, para, segundo aliados, propor algo como um "afastamento temporário". Mas a maioria no partido não topa.

Trança. A direção do DEM deixou a cargo do diretório do DF deliberar sobre a expulsão do presidente licenciado da Câmara Distrital, Leonardo Prudente, o que guardava o mensalão nas meias. O presidente do diretório é o vice-governador, Paulo Octávio.

*#@!*#!!! Arruda e "PO" voltaram a se estranhar. O vice teria proposto ao governador renunciar, em troca de proteção futura. A resposta foi a pior possível.

Lembra? Muito próximo de Arruda, o publicitário Paulo César Roxo é ligado também a Valdemar da Costa Neto (PR), réu no processo do mensalão federal que corre no STF.

Apaga a luz. Com Arruda de molho devido a uma cirurgia na perna, a sede do governo em Taguatinga anda às moscas. "PO" prefere despachar de um de seus hotéis.

Bunker. O governador reuniu 14 deputados distritais para discutir opções (?) que lhe permitam ficar no cargo.

Modelo. Arruda foi claro: se a CPI do Mensalão for adiante, quer que ela seja "como a Petrobras": só para constar. Do contrário, promete trabalhar para que os fatos investigados remontem a 1999, na gestão Joaquim Roriz (PSC).

Mutações. O Ibope/CNI com José Serra (PSDB) na liderança, Dilma Rousseff (PT) isolada em segundo lugar, Ciro Gomes (PSB) algo desidratado e Marina Silva (PV) sem impulso reforçou a percepção de que a disputa de 2010, depois de um momento de pulverização, voltou a ficar com cara de plebiscito.

Veja bem. Disposto a concorrer à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio frisa que o Diretório Nacional do PSOL, reunido no fim de semana, não abdicou da candidatura própria, embora tenha autorizado o prosseguimento de negociação para apoio a Marina.

Vamos ver. Derrotados por placar apertado, aliados de Patrus Ananias saíram a campo para combater a ideia de que o vencedor da eleição do PT em Minas necessariamente indicará o candidato a governador -no caso, Fernando Pimentel. "Este resultado não autoriza ninguém a dizer nada", diz o deputado Odair Cunha, pró-Patrus.

Eu, hein! Antes mesmo de começarem os trabalhos da CPI do MST, governistas escalados para integrar a comissão sinalizam o desejo de abandonar o barco, receosos de desgaste em ano eleitoral.

Maior força. O presidente eleito do Uruguai, José Mujica, gravou um vídeo em apoio ao MST. As imagens serão exibidas em ato em contra a criminalização dos movimentos sociais amanhã no Rio.

Ceia. Força Sindical e UGT pressionam Carlos Lupi (Trabalho) a extrair do Pão de Açúcar, na esteira do anúncio da fusão com as Casas Bahia, garantia de que não haverá demissões no final do ano.

com SÍLVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

É o "risco-Durval" de ser filmado: quem votar contra a expulsão terá problemas com o eleitorado; quem votar a favor, com o Arruda.

Do deputado ANDRÉ VARGAS (PT-PR), sobre o fato de que, segundo o estatuto do DEM, a eventual votação do pedido de expulsão do governador será secreta.

Contraponto

Voto aberto

Tão logo foi escolhido para relatar o processo de expulsão de José Roberto Arruda, José Thomaz Nonô reuniu-se no Congresso com a cúpula do DEM. Na saída do encontro, um repórter provocou o ex-deputado:
-E então, o relatório já está pronto?
Ao lado do alagoano estava o presidente do partido, Rodrigo Maia, que imediatamente entrou na conversa:
-Não está. Afinal, o relator é o Nonô, não o Caiado!
A alfinetada se deve ao fato de que, desde o estouro do escândalo em Brasília, o deputado Ronaldo Caiado já deu uma série de declarações deixando claro que não vê opção além de despachar Arruda o mais rapidamente possível.


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