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Investigação atinge Rodoanel e metrô de SP
Suspeita é que construtora tenha pago propina a deputado e a integrantes de tribunais de contas, da Promotoria e da Polícia Civil
Procuradoria pediu ainda apuração sobre senadores, secretários e vereadores; há indício de irregularidade em 14 obras da Camargo Corrêa
DA REPORTAGEM LOCAL
Com base na Operação Castelo de Areia da PF, a Procuradoria da República em São Paulo pediu novas investigações
sobre senadores, deputados federais, secretários municipais,
vereadores e membros de tribunais de contas.
Em relação às obras da linha
4 do metrô de São Paulo e do
Rodoanel Mário Covas -do governo de São Paulo, comandado pelo PSDB- há suspeitas de
pagamentos da Camargo Corrêa até para membros do Ministério Público e da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
As autoridades são suspeitas
de cometer delitos de corrupção ativa e passiva, crimes financeiros, atos de improbidade
administrativa e ilícitos de natureza eleitoral.
Os requerimentos de novas
investigações foram encaminhados ontem pela procuradora Karen Louise Kahn à Procuradoria-Geral da República, ao
Ministério Público do Distrito
Federal, às chefias das Procuradorias de São Paulo e Rio de Janeiro e à Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo.
As suspeitas de irregularidades recaem sobre 14 obras executadas pela construtora Camargo Corrêa. A Procuradoria
pediu que diretores da empreiteira sejam investigados até
mesmo pelo suposto crime de
lavagem de dinheiro por meio
da aquisição de obras de arte.
As apurações da PF sobre a linha 4 do metrô e do Rodoanel
indicam supostos pagamentos
da Camargo Corrêa para autoridades desde 2006. Um repasse em especial chamou a atenção da Procuradoria. Aparentemente realizado em favor de
um membro do Ministério Público estadual em fevereiro de
2008, um dos pagamentos teria
ligação com o desabamento
ocorrido na construção da estação Pinheiros da linha 4, em janeiro de 2007. No acidente sete
pessoas morreram soterradas.
Em relação ao Rodoanel, há
indícios de repasses a autoridades realizados de dezembro de
2007 a fevereiro de 2009, período que coincidiria com a
execução das medições de número 4 a 17 nas obras.
Segundo nota divulgada pela
assessoria da Procuradoria,
dois senadores deverão ser investigados. Um deles, do PSB, é
suspeito de envolvimento em
irregularidades na construção
do aeroporto de Vitória (ES). O
outro, do PC do B, teria participação em ilícitos ligados à obra
do metrô de Fortaleza (CE).
As investigações apontam indícios de irregularidades na
execução da ponte Jurubatuba,
com a suspeita de envolvimento de um secretário municipal
de Infraestrutura Urbana e um
secretário do DEM. Outra apuração indica ilícitos em obras
em Paraisópolis (zona sul de
SP) dos quais teria participado
um secretário da Habitação
-não foram informados nomes
nem períodos em que as fraudes teriam ocorrido.
O outro alvo de investigação
na capital será a liberação de
uma obra de interesse da Camargo Corrêa pelo Conpresp
(Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da
Cidade de São Paulo). A suspeita é que vereadores paulistanos
tenham recebido propina em
abril de 2008 para facilitar a
aquisição pela empreiteira de
um terreno da empresa Itautec.
No Rio de Janeiro, deverão
ser verificados contratos relativos a obras do metrô. A suspeita é que um secretário de Estado do Rio tenha recebido dinheiro de novembro de 2008 a
fevereiro deste ano.
Um trecho da BR-101 que liga
Pernambuco ao Rio Grande do
Norte e contratos nas cidades
paulistas de Campinas e Jundiaí também deverão ser objetos de novas investigações, segundo o Ministério Público Federal.
(FLÁVIO FERREIRA)
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