São Paulo, quinta-feira, 09 de janeiro de 2003

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RODOVIAS

Presidente planeja utilizar "conhecimento especializado" de militares

Lula quer apoio do Exército para fiscalizar obras viárias

WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que seja avaliada a compra de máquinas e equipamentos para os batalhões de engenharia e construção do Exército, para que eles possam participar da construção e recuperação de rodovias.
Lula também quer que o Exército passe a fiscalizar obras de construção e recuperação de estradas que estejam sendo executadas por empresas privadas. Essa função pode vir a ser mais importante do que a de construção e recuperação, segundo o Planalto.
O Comando do Exército afirma que poderia colaborar no assessoramento técnico às autoridades e na fiscalização da execução dos trabalhos dentro das especificações contidas nas licitações, além de avaliar custos. Segundo o Exército, a fiscalização poderá ser feita por oficiais especialistas na área de engenharia de fortificação e construção diplomados pelo Instituto Militar de Engenharia.
"O presidente quer utilizar, no esforço de manutenção e construção do nosso sistema de transportes, o tradicional conhecimento especializado que as Forças Armadas detêm nessa área. O presidente enfatizou que o país precisa do envolvimento de toda a sociedade nas tarefas de governo e do auxílio das Forças Armadas nesse setor, em particular", disse o porta-voz do Planalto, André Singer.
Segundo ele, Lula orientou o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, a se reunir o mais brevemente possível com associações empresariais da construção civil para ouvir sugestões quanto ao esforço de recuperação e ampliação da malha rodoviária.

Batalhões
A idéia é que o Exército participe da construção e recuperação de estradas nas imediações dos seus 11 batalhões de engenharia e construção -localizados em Teresina e Picos (PI), Barreiras (BA), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Rio Branco (AC), Santarém (PA), Cuiabá (MS), Lajes (SC), Caicó (RN) e Araguari (MG).
Em cada batalhão há cerca de 650 militares. Dependendo do tamanho da obra a ser executada, são contratados civis. Segundo o Exército, em média seus batalhões podem construir de 800 a 1.000 km de estradas por ano.
Segundo o Exército, durante as obras, os batalhões de engenharia deslocam parte de seus efetivos para as frentes de trabalho, que podem estar localizadas em qualquer parte do território nacional. Há hoje 29 obras em execução.
Antes de tratar do assunto com Adauto, Lula já havia consultado o ministro da Defesa, José Viegas Filho, e o comandante do Exército, Francisco Roberto de Albuquerque. Eles disseram ser possível a participação da Força, mas alertaram o presidente da necessidade de investir no reequipamento dos batalhões, que utilizam equipamentos da década de 70.


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