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RODOVIAS
Presidente planeja utilizar "conhecimento especializado" de militares
Lula quer apoio do Exército
para fiscalizar obras viárias
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva determinou que seja avaliada a compra de máquinas e equipamentos para os batalhões de
engenharia e construção do Exército, para que eles possam participar da construção e recuperação
de rodovias.
Lula também quer que o Exército passe a fiscalizar obras de construção e recuperação de estradas
que estejam sendo executadas por
empresas privadas. Essa função
pode vir a ser mais importante do
que a de construção e recuperação, segundo o Planalto.
O Comando do Exército afirma
que poderia colaborar no assessoramento técnico às autoridades e
na fiscalização da execução dos
trabalhos dentro das especificações contidas nas licitações, além
de avaliar custos. Segundo o Exército, a fiscalização poderá ser feita
por oficiais especialistas na área
de engenharia de fortificação e
construção diplomados pelo Instituto Militar de Engenharia.
"O presidente quer utilizar, no
esforço de manutenção e construção do nosso sistema de transportes, o tradicional conhecimento
especializado que as Forças Armadas detêm nessa área. O presidente enfatizou que o país precisa
do envolvimento de toda a sociedade nas tarefas de governo e do
auxílio das Forças Armadas nesse
setor, em particular", disse o porta-voz do Planalto, André Singer.
Segundo ele, Lula orientou o
ministro dos Transportes, Anderson Adauto, a se reunir o mais
brevemente possível com associações empresariais da construção
civil para ouvir sugestões quanto
ao esforço de recuperação e ampliação da malha rodoviária.
Batalhões
A idéia é que o Exército participe da construção e recuperação
de estradas nas imediações dos
seus 11 batalhões de engenharia e
construção -localizados em Teresina e Picos (PI), Barreiras (BA),
Porto Velho (RO), Boa Vista
(RR), Rio Branco (AC), Santarém
(PA), Cuiabá (MS), Lajes (SC),
Caicó (RN) e Araguari (MG).
Em cada batalhão há cerca de
650 militares. Dependendo do tamanho da obra a ser executada,
são contratados civis. Segundo o
Exército, em média seus batalhões podem construir de 800 a
1.000 km de estradas por ano.
Segundo o Exército, durante as
obras, os batalhões de engenharia
deslocam parte de seus efetivos
para as frentes de trabalho, que
podem estar localizadas em qualquer parte do território nacional.
Há hoje 29 obras em execução.
Antes de tratar do assunto com
Adauto, Lula já havia consultado
o ministro da Defesa, José Viegas
Filho, e o comandante do Exército, Francisco Roberto de Albuquerque. Eles disseram ser possível a participação da Força, mas
alertaram o presidente da necessidade de investir no reequipamento dos batalhões, que utilizam
equipamentos da década de 70.
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