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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Tesoura seletiva
O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) ouvirá
amanhã dos líderes aliados na Câmara e no Senado
que cortar emendas coletivas não é tão simples assim:
devido a um acordo no Congresso, elas foram feitas
em blocos no ano passado, e se referem a grandes
obras, como rodovias, barragens e adutoras. Ou seja:
além de desagradar aos governadores, o corte linear
nessas emendas implodirá bandeiras de campanha
em ano de eleição. "Não é mais tão fácil dar a vassourada nas emendas coletivas", diz o líder do PMDB,
Henrique Eduardo Alves (RN). "Emenda de bancada
é estratégica", endossa Luciano Castro (PR-RR).
A aposta dos aliados é que o ministro vai começar
propondo 100% de cortes "para levar 50% ou 60%".
Uni-duni-tê. Os deputados
pretendem sugerir aos ministros na reunião de amanhã
que, uma vez definido o tamanho do corte, sejam ouvidos
os coordenadores das bancadas estaduais e os relatores
setoriais do Orçamento a fim
de definir quais obras manter
e quais sacrificar.
Maracujina. O "ok" dado
ontem pelos ministros às nomeações do terceiro escalão,
empacadas desde o início do
segundo mandato de Lula, foi
uma vacina para que a reunião dos cortes não começasse com o chororô habitual.
Ano velho. Com o anúncio
de que o governo vai atender a
pleitos paroquiais, o PR tirou
da gaveta a cobrança pelas diretorias do Dnit na Paraíba e
em Santa Catarina. Também
cobra o cargo prometido ao
ex-governador do Ceará Lúcio Alcântara. E o PMDB repete o mantra da diretoria Internacional da Petrobras.
Arado. As demandas dos
aliados também são grandes
na Agricultura, onde os peemedebistas, que comandam o
ministério, fazem cabo-de-guerra com governadores pelo comando da Conab e de delegacias da pasta nos Estados.
Jogo de cena 1. Apesar
de todo o discurso cáustico, o
PSDB não fez esforço nem
tampouco pressionou o presidente do Senado, Garibaldi
Alves (PMDB-RN), para convocar a comissão representativa do Congresso durante o
recesso, como alardeou.
Jogo de cena 2. O motivo
é simples: a base aliada domina totalmente a comissão.
Nominalmente, são 17 governistas contra 8 opositores. Os
tucanos avaliam que darão
mais trabalho se deixarem a
batalha contra o pacote tributário de Lula para fevereiro,
com o Senado completo.
Em casa. Em seus novos
negócios na área de publicidade, Delúbio Soares terá como
sócia sua irmã Delma Regina
Soares, que integra o mesmo
sindicato de trabalhadores de
Educação que projetou o ex-tesoureiro do PT, apontado
como operador do mensalão.
SPC. Presidente do PSDB,
Sérgio Guerra se reúne hoje
com FHC em São Paulo para
tratar da dívida de R$ 10 mi do
partido na praça, um fantasma da campanha de 2006 que
este ano pode virar dor de cabeça nas eleições municipais.
Light. Jorge Bornhausen revela-se um entusiasta do democrata Barack Obama nos
EUA. "Li o livro dele e achei
muito consistente." O ex-senador admite que a afinidade
ideológica do ex-PFL é maior
com os republicanos que com
os "xarás" democratas, mas
faz ressalvas ao governo Bush.
Casquinha 1. Cerca de
90% dos mais de 6.000 processos contra políticos "infiéis" que chegaram à Justiça
Eleitoral se referem a cargos
de vereador. Muitos são de suplentes que reivindicam ficar
alguns meses no posto às vésperas das eleições municipais.
Casquinha 2. Em Mato
Grosso, o campeão de ações é
o PPS, que minguou após o
governador Blairo Maggi migrar para o PR, com 500 filiados. A sigla pede também o
mandato do deputado Geraldo Resende (PMDB-MS).
Tiroteio
"O empenho pró-setor financeiro mostra que
Democratas é só nome fantasia, porque a razão
social continua sendo o PFL dos banqueiros."
Do deputado federal PEPE VARGAS (PT-RS) sobre as ações judiciais do
DEM para derrubar o pacote tributário do governo, que mira os bancos.
Contraponto
Afagos
Num seminário em São Paulo no fim do ano passado, a
ex-deputada tucana Zulaiê Cobra, agora no PHS, resolveu
discorrer sobre a personalidade de Lula. Contou que na
semana anterior havia encontrado o presidente em Brasília. Na ocasião, seu filho até comentara:
-Mãe, nem o Mario Covas abraçava você desse jeito!
-Meu filho, o Lula é um sedutor político. Ele sabe agradar. E realmente faz isso de um jeito que o Covas não fazia, e nem o Alckmim nem o Serra sabem fazer.
Zulaiê concluiu a história tripudiando sobre o humor
do governador de São Paulo, com quem não se bica:
-Aliás, esse não beija e não abraça ninguém...
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