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PF diz que será capaz de rastrear as licitações com novo sistema
Programa detectará fraudes antes que os recursos federais sejam enviados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal está em fase final de implantação de um
novo sistema que permitirá
monitorar o andamento de licitações em tempo real. O objetivo é detectar fraudes antes
mesmo que os recursos sejam
repassados pelo governo ao setor privado, evitando o desvio
de dinheiro público.
Um dos pontos centrais da
nova forma como a PF trabalhará no combate à corrupção
será acompanhar licitações
realizadas a partir de emendas
parlamentares. O sistema I2 já
vinha sendo usado pelo Departamento de Inteligência da sede da Polícia Federal, em Brasília, mas sem acompanhar on-line as licitações.
A polícia está ampliando a capacidade de processamento de
informações e colocará a ferramenta disponível para todas
superintendências do órgão.
O sistema deverá entrar em
funcionamento em março e será alimentado a partir do banco
de dados da CGU (Controladoria Geral da União). A PF espera fechar em breve convênio no
mesmo sentido com o Coaf
(Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
O delegado responsável pela
implantação, Emmanuel Henrique de Oliveira, avalia que
quadrilhas como a da Planam e
a da Gautama não teriam operado por tanto tempo se o sistema estivesse em operação.
Durante anos a Planam fraudou licitações para a venda de
veículos (principalmente ambulâncias) a órgãos públicos. A
Gautama também fraudou licitações de obras públicas por
anos, em vários Estados. Nos
dois casos (sobretudo no da
Planam), os recursos de muitas
das licitações tiveram origem
em emendas parlamentares.
O conjunto de programas
usados pela PF, no Sistema Integrado de Inteligência, foi inicialmente desenvolvido pela
Scotland Yard, corporação inglesa equivalente à Polícia Federal. Posteriormente, os direitos do software foram comprados por uma empresa americana, que o forneceu à PF (a polícia não divulgou o valor dos
programas).
Segundo o delegado, o sistema permite identificar automaticamente desvios de padrão nas licitações.
(LEONARDO SOUZA)
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