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São Paulo, domingo, 09 de fevereiro de 2003

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PAINEL

De cara nova
O perfil da Câmara mudou muito nos últimos 12 anos. Estudo do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar) revela que o número de deputados-empresários caiu de 201 para 104. No mesmo período, cresceu a presença de profissionais liberais, professores e servidores públicos na Casa.

Fé eleitoral
Uma novidade na Câmara é a bancada de pastores evangélicos, que cresceu de um para 18 integrantes em 12 anos (há, no total, 50 evangélicos). Os grupos de agricultores e metalúrgicos também aumentaram. Embora pequenos, passaram a ter, cada um, sete deputados.

Reforma agrária
As bancadas informais, que se formam no Congresso para defender interesses específicos de grupos ou setores, também vêm sofrendo alterações expressivas. A ruralista, uma das mais unidas, foi reduzida em cerca de 30%, nos últimos quatro anos.

Bola murcha
A bancada da reforma tributária foi praticamente dizimada na eleição. Perdeu Benito Gama, Marcos Cintra, Fetter Júnior, Emerson Kapaz, Antônio Kandir e Germano Rigotto. A da bola, criada para enfrentar as CPIs da CBF e do Futebol, ficou sem três parlamentares.

Queixa petista
Um dos maiores problemas da ministra Dilma Rousseff é a falta de um corpo técnico qualificado no Ministério das Minas e Energia. A pasta é chamada no governo de "Saara", tal o deserto de talentos lá encontrado.

Força de vontade
Cláudio Siqueira tomará posse como procurador da República. Tetraplégico, usa adaptador no queixo para digitar no computador e locomove-se em cadeira de roda motorizada.

Saída pela direita
Ana Valéria Dornelles Castelo Branco, sobrinha do ex-ministro Francisco Dornelles (PPB-RJ), deixou na semana passada cargo de direção na Embratur.
Ironia tucana
Comentário de Romero Jucá (PSDB), sobre o falso atentado ao prefeito de Ipatinga, Chico Ferramenta (PT): "É o primeiro caso de atentado sexual da história política do Brasil".

Cabo-de-guerra
Paulinho (Força Sindical) vai propor a Tarso Genro uma maneira de "equilibrar forças" no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social: a votação em bloco. Empresários, que são metade dos 82 membros, teriam direito a um voto, assim como os 13 sindicalistas e os representantes da sociedade civil.

Herança indesejável
Lula herdou cerca de R$ 8,5 bi em precatórios trabalhistas atrasados, segundo levantamento do TST. São resultantes de sentenças já lançadas no Orçamento, mas ainda não quitadas.

Webmaster
Com terminais de computador em casa e no diretório nacional, Brizola exerce, na prática, a tarefa de editar a página do PDT na internet. Todo dia, o ex-governador entra na home page e dá a linha da edição.

Mistério no ar
Site do PSB na internet, partido que apóia Lula no Congresso, diz que José Dirceu (Casa Civil) deve estar colocando arapongas da Abin para descobrir "os rebeldes sem cargo do PT" que gravaram e divulgaram conversa de Palocci (Fazenda). A página é do diretório de Bauru.

Grupo de apoio
O pefelista paulista Gilberto Kassab foi nomeado representante da Câmara no Conselho Consultivo da Anatel.

Chá das cinco
Suplicy (PT) está participando de uma série de palestras e encontros na Universidade de Oxford, defendendo o programa Fome Zero e, claro, o renda mínima. Durante a semana, irá a Londres falar no Parlamento.

TIROTEIO

De Jefferson Peres (PDT-AM), sobre o início do governo Lula:
- O monitoramento de Heloísa Helena (PT) e a promiscuidade do governo com políticos fisiológicos estão criando em mim um sentimento incômodo: o medo de perder a esperança.

CONTRAPONTO

Disfarce etílico

Na campanha presidencial, após um debate na TV, Lula foi a um restaurante do Rio comemorar seu desempenho.
No jantar, o marqueteiro Duda Mendonça deu de presente ao petista um Romanée-Conti, safra 1997, considerado um dos melhores vinhos do mundo. A garrafa acabou virando motivo de muita polêmica, já que cada uma custa mais de R$ 6.000.
Dias atrás, o ministro Roberto Amaral (Ciência e Tecnologia) jantava com a mulher num restaurante da Academia de Tênis, em Brasília, quando foi abordado por um grupo de jornalistas.
Imediatamente, Amaral colocou uma garrafa de vinho embaixo da mesa. Surpresos, os jornalistas perguntaram o motivo ao ministro. Ele explicou:
- Não vou deixar vocês me fotografarem com vinho de jeito nenhum. Com vocês (jornalistas), têm de ser assim. Se não, vão falar que é Romanée-Conti!



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