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Em São Paulo, cartão consome R$ 35 mi em compras miúdas
Funcionários do governo paulista compraram em lojas de fraldas, doces e flores
Anteontem, o chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, disse que o uso dos cartões se limitava a "combustível, diárias e vale-transporte"
DA REPORTAGEM LOCAL
Das fraldas da Secretaria da
Administração Penitenciária a
molduras para quadros da Secretaria do Meio Ambiente, o
cartão de pagamento de despesas adotado pelo governo do
Estado de São Paulo dá a senha
para a mais variada lista de
compras. Sob a rubrica "despesas miúdas e de pronto pagamento" e "outros materiais de
consumo", compra-se de tudo:
das lojas de flores e doces da Secretaria da Fazenda a assadeiras da Secretaria da Segurança.
Anteontem, o chefe da Casa
Civil, Aloysio Nunes Ferreira,
disse que o uso dos cartões era
limitado ao gasto de "combustível, diárias e vale-transporte".
Segundo dados fornecidos
pela própria Secretaria da Fazenda, o item despesas miúdas
e de pronto pagamento consumiu R$ 30.479.438,11 dos R$
108.384.268,26 gastos com cartão de débito no ano passado.
Ainda de acordo com os dados da secretaria, o item "outros materiais de consumo" representa R$ 4.641.401,81 dos
gastos com cartão. Pelo modelo
adotado, cada servidor é encarregado da compra de produtos
específicos e seu cartão só funciona em estabelecimentos
credenciados para esses fins.
Apesar das restrições, a lista
de estabelecimentos registrada
no Sigeo (Sistema de Informações Gerenciais da Execução
Orçamentária) inclui de lojas
de fantasias (Barão das Mágicas) a de objetos para decoração, como R$ 977 gastos pela
Casa Civil na Presentes Mickey. Em 5 de novembro, a Secretaria da Segurança gastou
R$ 110,20 na loja Barão das Mágicas, especializada em fantasias. Segundo a secretaria, o dinheiro foi destinado à compra
de kit de maquiagem para ação
social com crianças.
Entre as aquisições da Secretaria da Segurança, o Comando
de Policiamento de Choque fez
uma compra na loja Mundo das
Cozinhas. Segundo a loja, foram duas assadeiras, nos valores de R$ 26,91 e R$ 29,74 e
uma colher perfurada, por R$
10,13. O total de R$ 66,78 teve
R$ 16,78 de desconto. A outra
compra na loja foi de R$ 269,
em 9 de outubro. Segundo o Sigeo, a secretaria gastou mais de
R$ 12 mil em lojas especializadas em brinquedos e jogos.
A Secretaria da Administração Penitenciária usou o cartão
do Estado em lojas de fraldas,
açougues, docerias e anúncios
de jornal. Segundo relação de
2007, a secretaria gastou R$
212,50 em duas lojas especializadas em fraldas de bebê e geriátricas, a Campfraldas e a Casa Fraldas São Paulo: R$ 30,50
e R$ 182, respectivamente.
Ainda segundo levantamento feito pela liderança do PT na
Assembléia, a secretaria gastou
R$ 140,09 na Di Presentes, R$
39 na loja de jogos eletrônicos,
informática e música Diniz
Disco, R$ 248 na Distribuidora
de Guarda-Chuva Amazônia.
Um funcionário da Di Presentes informou que a secretaria comprou uma lata de lixo de
cem litros, com pedal e tampa
basculante, para a penitenciária de Guarulhos. Segundo a
Bazar CCA, foram adquiridos
coadores de flanela.
O cartão serviu para o pagamento da publicação de anúncios de licitação no jornal "Agora", editado pela Empresa Folha da Manhã S.A., que publica
a Folha. Foram 11 faturas em
2007 (total de R$ 18.275,70).
Ainda segundo levantamento feito no Sigeo, a lista inclui
livrarias e lojas de decoração,
cosméticos, festas e até importadoras. Entre os gastos da Secretaria do Meio Ambiente, há
um pagamento de R$ 49,90 na
Luck Brinquedo. Também aparecem R$ 735,25 na livraria
Fnac, em cinco compras, e R$
606,77 na Livraria Cultura, em
sete compras. Aparece um total
de R$ 1.146 na Lavanderia Brilhante, em sete serviços.
Também há três compras
que totalizam R$ 1.520 na Vitrais Assu. Segundo informação obtida na loja, o dinheiro se
destinou a molduras. Há compras ainda na Panificadora Vipão (total de R$ 408, em quatro
compras) e na padaria Letícia
Arte Talento, onde sete compras somaram R$ 711,54.
Segundo o levantamento, a
Secretaria do Emprego gastou
cerca de R$ 4.000 em compras
numa importadora, especializada em frios, de Araraquara.
Como o Estado não dispõe
de sistema aberto para consulta dos dados, os números foram obtidos na liderança do PT
na Assembléia Legislativa.
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