São Paulo, sábado, 09 de março de 2002

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PFL faz ato de apoio a Roseana no Dia da Mulher

LIEGE ALBUQUERQUE
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Sob o pretexto de comemorar o Dia Internacional da Mulher, o PFL fez ontem em Brasília um ato de apoio à candidatura da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, à Presidência.
Em clima de comício, o PFL -que em seus 17 anos de existência nunca teve mulheres na sua Executiva- apresentou discursos com palavras de ordem e trechos relacionados à necessidade de ter "mulheres no poder".
O presidente do partido, o senador licenciado Jorge Bornhausen (SC), declarou que "a mulher significa a alma de tudo o que se faz de social no Brasil".
Bornhausen fez um discurso inflamado em defesa de Roseana. "Em uma semana foi montado um poderoso esquema, violento, arbitrário e ilegal para tentar derrotar a sua candidatura, mas responderemos com mais força. Nossa candidata não será a Joana D'Arc de nossos adversários."
Heroína nacional da França, a camponesa Joana D'Arc liderou combatentes franceses contra a Inglaterra na batalha tida como o início da vitória francesa na Guerra dos Cem Anos (1337-1453).
Joana D'Arc (1412-1431) acreditava agir atendendo às "vozes" de são Miguel, santa Catarina e santa Margarete. Foi presa pelos ingleses em 1430, condenada como herege e queimada na fogueira em 1431. Foi canonizada em 1920.
A deputada Laura Carneiro (PFL-RJ) afirmou em discurso que admirava a "alma feminina" de Bornhausen. E desejou que, com Roseana na Presidência, ninguém passe fome no Brasil. "Assim como no Maranhão". O evento reuniu cerca de 800 pessoas num hotel de luxo de Brasília, cujo dono é o deputado Paulo Octavio (PFL-DF).
Algumas pessoas que estavam no evento moram na periferia do Distrito Federal e foram ao local em ônibus fretados pelo deputado distrital do PFL José Santos.
O deputado financiou camisetas com a frase "Roseana: é contigo que eu vou". A platéia gritava em coro o nome da governadora errado: "Roseane, Roseane".
O evento foi aberto com um vídeo de dez minutos sobre a primeira santa brasileira, Madre Paulina. Durante os discursos, foram distribuídas margaridas e cartilhas do "PFL Mulher". Na apresentação da cartilha, feita pela governadora, é dito que o próximo governo federal deverá "corrigir os erros do atual".



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