São Paulo, terça-feira, 09 de março de 2004

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ELEIÇÕES

Partido pode ter até de deixar atual governo

Alckmin dá ultimato ao PTB contra apoio à candidatura de Marta

DA REPORTAGEM LOCAL

O PTB recebeu recados do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que, se apoiar a candidatura à reeleição da prefeita Marta Suplicy (PT) na capital do Estado, deverá deixar o comando da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho.
Encurralado entre a pressão do governo do Estado e o Palácio do Planalto, onde integra a base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e comanda um ministério, o PTB está próximo de lançar candidato próprio a prefeito de São Paulo.
Mas, segundo interlocutores do governador, o temor de Alckmin é que o candidato do PTB possa repetir a estratégia de Antônio Cabrera, que disputou o governo do Estado pelo partido em 2002.
Nos bastidores, o PTB avisou ao governador que Cabrera seria o mais duro crítico de Paulo Maluf (PP) e José Genoino (PT), seus adversários. No entanto, ele acabou centrando sua campanha na TV em severos ataques ao tucano.
Na outra ponta da negociação, o PT e o governo federal, por meio do ministro José Dirceu (Casa Civil), e do presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha, também assediam o PTB e já teriam oferecido até um novo ministério aos petebistas em troca do apoio em São Paulo.
O PTB está à frente do Ministério do Turismo, comandado por Walfrido Mares Guia.
Diante do impasse, o deputado estadual Campos Machado, principal líder do PTB em São Paulo, afirmou à Folha que a legenda terá candidato próprio na capital e fará uma campanha "propositiva" e "desnacionalizada".
"Nosso caminho é o da candidatura própria, não há outra opção", disse Machado, que foi candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Alckmin em 2000, quando Marta Suplicy bateu Paulo Maluf (PP) no segundo turno das eleições na capital.
Dois nomes estão colocados até agora no PTB como pré-candidatos: o dos deputados federais Arnaldo Faria de Sá e Ricardo Izar.
A escolha, segundo a Folha apurou, deve recair sobre o primeiro, que, no ano passado, fez oposição ao governo federal. Machado nega que o partido vá deixar o governo do Estado. "Nosso acordo é de apoio parlamentar na Assembléia", disse o deputado petebista.
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG)


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