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ELEIÇÕES
Partido pode ter até de deixar atual governo
Alckmin dá ultimato ao PTB contra apoio à candidatura de Marta
DA REPORTAGEM LOCAL
O PTB recebeu recados do governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB), que, se apoiar a
candidatura à reeleição da prefeita Marta Suplicy (PT) na capital
do Estado, deverá deixar o comando da Secretaria do Emprego
e Relações do Trabalho.
Encurralado entre a pressão do
governo do Estado e o Palácio do
Planalto, onde integra a base de
apoio ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e comanda um ministério, o PTB está próximo de
lançar candidato próprio a prefeito de São Paulo.
Mas, segundo interlocutores do
governador, o temor de Alckmin
é que o candidato do PTB possa
repetir a estratégia de Antônio
Cabrera, que disputou o governo
do Estado pelo partido em 2002.
Nos bastidores, o PTB avisou ao
governador que Cabrera seria o
mais duro crítico de Paulo Maluf
(PP) e José Genoino (PT), seus adversários. No entanto, ele acabou
centrando sua campanha na TV
em severos ataques ao tucano.
Na outra ponta da negociação, o
PT e o governo federal, por meio
do ministro José Dirceu (Casa Civil), e do presidente da Câmara
dos Deputados, João Paulo Cunha, também assediam o PTB e já
teriam oferecido até um novo ministério aos petebistas em troca
do apoio em São Paulo.
O PTB está à frente do Ministério do Turismo, comandado por
Walfrido Mares Guia.
Diante do impasse, o deputado
estadual Campos Machado, principal líder do PTB em São Paulo,
afirmou à Folha que a legenda terá candidato próprio na capital e
fará uma campanha "propositiva" e "desnacionalizada".
"Nosso caminho é o da candidatura própria, não há outra opção", disse Machado, que foi candidato a vice-prefeito na chapa
encabeçada por Alckmin em
2000, quando Marta Suplicy bateu Paulo Maluf (PP) no segundo
turno das eleições na capital.
Dois nomes estão colocados até
agora no PTB como pré-candidatos: o dos deputados federais Arnaldo Faria de Sá e Ricardo Izar.
A escolha, segundo a Folha apurou, deve recair sobre o primeiro,
que, no ano passado, fez oposição
ao governo federal. Machado nega que o partido vá deixar o governo do Estado. "Nosso acordo é
de apoio parlamentar na Assembléia", disse o deputado petebista.
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG)
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