São Paulo, terça-feira, 09 de março de 2004

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REGIME MILITAR

Autor se diz sargento que combateu guerrilheiros

Carta anônima acusa existência de cemitério em área militar no Pará

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Documento anônimo redigido em 2001 denuncia a existência de um cemitério clandestino em uma área militar, para a qual teriam sido transportadas ossadas antes enterradas em outros lugares. Apresentando-se como um sargento que combateu os militantes do PC do B na guerrilha, o autor da carta afirma que as ossadas estariam na Base de Selva Cabo Rosas, à beira da rodovia Transamazônica, em Marabá (PA).
O documento obtido pela Folha foi encaminhado ao Ministério Público Federal, que por sua vez fez chegar a denúncia aos ministérios da Justiça, da Defesa, à Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e à Advocacia Geral da União. "É um documento sigiloso. Encaminhamos às autoridades para providências. Mas a única resposta que tivemos foi do Comando Militar da Amazônia, dizendo que não iria se pronunciar, pois se tratava de documento anônimo", disse o procurador Marlon Wichert, que investiga os episódios relacionados à guerrilha tendo como foco a localização das ossadas dos guerrilheiros.
No mesmo documento, o suposto sargento informa que participou do "extermínio", em referência às ações militares realizadas em 1974, e também da chamada "Operação Limpeza", segundo a qual, em 1975, ossadas de guerrilheiros teriam sido retiradas de suas covas e levadas para a Serra das Andorinhas, local em que teriam sido queimadas.
O Centro de Comunicação Social do Exército confirma que a área pertence à instituição. Nega, porém, qualquer ligação do terreno com operações de combate à guerrilha. (ANDRÉA MICHAEL)


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