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REGIME MILITAR
Autor se diz sargento que combateu guerrilheiros
Carta anônima acusa existência de cemitério em área militar no Pará
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Documento anônimo redigido
em 2001 denuncia a existência de
um cemitério clandestino em
uma área militar, para a qual teriam sido transportadas ossadas
antes enterradas em outros lugares. Apresentando-se como um
sargento que combateu os militantes do PC do B na guerrilha, o
autor da carta afirma que as ossadas estariam na Base de Selva Cabo Rosas, à beira da rodovia Transamazônica, em Marabá (PA).
O documento obtido pela Folha
foi encaminhado ao Ministério
Público Federal, que por sua vez
fez chegar a denúncia aos ministérios da Justiça, da Defesa, à Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e à Advocacia Geral
da União. "É um documento sigiloso. Encaminhamos às autoridades para providências. Mas a única resposta que tivemos foi do Comando Militar da Amazônia, dizendo que não iria se pronunciar,
pois se tratava de documento
anônimo", disse o procurador
Marlon Wichert, que investiga os
episódios relacionados à guerrilha tendo como foco a localização
das ossadas dos guerrilheiros.
No mesmo documento, o suposto sargento informa que participou do "extermínio", em referência às ações militares realizadas em 1974, e também da chamada "Operação Limpeza", segundo
a qual, em 1975, ossadas de guerrilheiros teriam sido retiradas de
suas covas e levadas para a Serra
das Andorinhas, local em que teriam sido queimadas.
O Centro de Comunicação Social do Exército confirma que a
área pertence à instituição. Nega,
porém, qualquer ligação do terreno com operações de combate à
guerrilha.
(ANDRÉA MICHAEL)
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