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ESTILO SEVERINO
Da presidência, deputado ataca Goldman
Severino relembra suspeitas sobre a gestão de tucano nos Transportes; parlamentar reage
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após ler decisão de arquivamento do pedido do PSDB, Severino Cavalcanti (PP-PE) usou o
microfone com o qual presidia a
sessão para tirar satisfações com o
líder tucano Alberto Goldman
(SP), o que provocou o primeiro
bate-boca da sua gestão.
Irritado com a avaliação de que
o PP estaria usando a ameaça de
processo contra Lula nas negociações da reforma ministerial, Severino reagiu: "Tenho que pedir
uma atenção especial ao nobre líder Goldman quando ele ocupa a
imprensa para dizer que o presidente da Casa não havia tomado
providência porque estava barganhando. Barganhando cargos",
disse Severino, elevando a voz.
"Eu não admito, porque ele deveria olhar o seu passado, o passado dele. Eu posso chegar em qualquer região..., mas está aqui: "Critérios duvidosos na privatização
da Via Dutra". Não sou eu quem
está dizendo", afirmou Severino,
balançando uma cópia de uma
coluna do jornalista Janio de Freitas publicada em 1993 na Folha.
Goldman respondeu de um dos
microfones do plenário: "Eu não
ofendi Vossa Excelência em momento nenhum. Em momento
nenhum eu fiz declarações de que
Vossa Excelência está barganhando", disse o tucano.
"Está na imprensa", retrucou
Severino. "O senhor não tem prova nenhuma disso. Vossa Excelência deveria ter tomado o cuidado de verificar se isso é verdade", continuou Goldman. "Está
na imprensa", repetia Severino.
Nesse momento, o tucano explodiu em berros: "Da imprensa?
Da imprensa? De um jornalista
que um dia falou alguma coisa
contra alguém? Quantas vezes foi
falado contra Vossa Excelência,
quantas vezes foi falado contra
deputados desta Casa? Vossa Excelência não respeita a dignidade
dos deputados", disparou a gritar
o tucano, enquanto Severino tentava desligar seu microfone.
"Eu nunca fui convocado na minha vida, nunca fui indiciado. (...)
Vossa Excelência tem que ter
mais cuidado na presidência da
Casa", gritava o Goldman.
O artigo de Janio de Freitas, intitulado "A derrapagem de Goldman", tratava das regras para a
entrega da Via Dutra à exploração
privada no governo Itamar Franco (1992-1994), de quem Goldman foi ministro dos Transportes. Segundo o texto, os critérios
adotados evidenciavam a finalidade de restringir a concessão às
grandes empreiteiras.
Em nota, a bancada do PSDB na
Câmara afirmou que Severino
"foi imprudente e incorreto ao divulgar informações repassadas
por terceiros". O texto, divulgado
à noite, diz ainda que a atitude do
pepista "deixou a sociedade brasileira e o plenário perplexos".
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