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Em 5 Assembleias, cota de gastos supera a da Câmara
Alagoas lidera, com R$ 39 mil de verba indenizatória; na Câmara, são R$ 15 mil
Das 20 Casas legislativas que responderam à Folha, nenhuma divulga notas, e só 5 publicam nos sites os gastos de cada deputado
José Feitosa - 7.dez.07/"A Gazeta"
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Viaturas na Assembleia de Maceió, em 2007, durante investigação que apurou denúncia de fraudes
SÍLVIA FREIRE
FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA
Em pelo menos cinco Assembleias Legislativas do país, os
deputados têm direito a uma
cota de gastos que ultrapassa o
valor da verba indenizatória da
Câmara dos Deputados, que é
de R$ 15 mil mensais.
Alagoas é o Estado com o valor mais alto. Cada um dos deputados pode gastar até R$ 39
mil por mês com despesas de
custeio -como combustível,
telefone, transportes, divulgação e escritórios políticos. Em
Santa Catarina, a verba é de
R$ 38 mil. A seguir, vêm Paraná
(R$ 27 mil), Minas (R$ 20 mil)
e São Paulo (R$ 19,8 mil).
A exemplo do que ocorre em
Brasília, faltam mecanismos de
divulgação e transparência dos
gastos. Das 20 Assembleias que
responderam à Folha, nenhuma divulga notas ou nome dos
fornecedores. Só cinco Casas
(SP, ES, DF, RS e BA) publicam
nos sites o gasto mensal de cada deputado. Entre as outras,
as direções dizem que a prestação de contas nos sites está em
fase de regulamentação.
Em Minas, cada um dos 77
deputados dispõe de R$ 20 mil
mensais, além do salário de R$
12.384 e de ajuda de custo de
R$ 2.250 para moradia. É prevista indenização de gasto com
manutenção de escritórios políticos, combustível, transporte, contratação de consultorias
e até promoção de eventos.
No Rio, a cota de gastos com
custeio inclui despesas mensais com 3.000 selos de R$ 0,60
para cada deputado -o total de
gastos é de menos de R$ 7.000.
No Distrito Federal, a verba
da Câmara Legislativa é usada
até para pagar "escritórios de
representação". Lá, assim como em quatro Estados (AM,
GO, PE e TO), a verba foi fixada
num valor equivalente a 75%
do da Câmara (R$ 11,2 mil).
A maioria das Assembleias
também concede ao deputado
cotas para contratar funcionários comissionados. Em São
Paulo, cada um dos 94 deputados pode gastar mais de R$ 86
mil com 16 servidores. Em Pernambuco, os sete integrantes
da Mesa têm carro oficial.
Em Estados como ES, MS,
PA e SC, o modelo de gasto com
custeio é diferente do adotado
na Câmara. Cada deputado tem
uma cota máxima mensal de
gastos com o gabinete e para o
exercício do mandato. Os pagamentos são feitos diretamente
pela Assembleia e os políticos
não recebem indenizações.
A do Espírito Santo é uma
das que mais limitam os gastos.
A cota por deputado é de até R$
7.800 por mês. No valor estão
incluídos gastos com diárias,
passagens, combustível, celular
e correio. Em Mato Grosso do
Sul, a cota é de R$ 25 mil.
A transparência dos gastos
com verbas indenizatórias provocou polêmica na eleição para
o Congresso no mês passado.
Pressionados, deputados e senadores ampliaram a divulgação da prestação de contas. As
Mesas da Câmara e do Senado,
porém, estudam acabar com a
verba e incorporá-la ao salário.
As Assembleias de sete Estados (AC, AP, CE, PB, SE, RR e
RO) não responderam até sexta-feira aos questionamentos.
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