São Paulo, terça-feira, 09 de março de 2010

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Na reta final, Serra e Dilma lançam até obra inacabada

Pré-candidatos concentram inaugurações, mas atrasos podem prejudicar plano

Até deixar governo, tucano tenta entregar Rodoanel e metrô, ambos com atraso no cronograma; ministra e Lula inauguram trechos de obras

ANA FLOR
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A menos de um mês do prazo final para afastamento de seus cargos, os dois principais pré-candidatos à Presidência têm um calendário apertado de eventos midiáticos e inaugurações de obras -algumas das quais ainda inacabadas.
Ao deixar os cargos a partir de 3 de abril, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), amargarão um período de menor visibilidade até junho, quando as candidaturas serão oficializadas.
O plano de voo de Serra previa inaugurar no fim do mês -quando deve anunciar publicamente sua candidatura- três carros-chefes de sua administração: a Nova Marginal, o trecho Sul do Rodoanel e duas estações da Linha 4 do Metrô. Mas as chuvas do início do ano põem em risco a pretensão.
O diretor-presidente da Dersa, Delson José Amador, sugere que as obras viárias sejam apenas abertas ao tráfego em vez de inauguradas. O trecho Sul, explica, não estará integralmente liberado.
Embora a "essência" da obra -acesso a Imigrantes e Anchieta- deva ficar pronta a tempo, falta o o acesso a Mauá.
Sob o argumento de que não se pretende sobrecarregar o trânsito em Mauá, a abertura desse trecho dependerá da conclusão da Jacu-Pêssego e da duplicação da Papa João XXIII.
Para a Nova Marginal, está prevista apenas a entrega das faixas adicionais, sem os quatro viadutos principais."A solução mais sensata seria apenas abertura ao tráfego. Isso está em discussão entre governo e secretaria", diz Amador.
Segundo o Metrô, "a inauguração das estações Paulista e Faria Lima da Linha 4-Amarela dependerá da conclusão do protocolo de testes de estações, sistemas e material rodante".
Além de obras como na linha verde, não há também garantia de conclusão do Rodoanel. Aliados de Serra, no entanto, ainda apostam na aceleração das obras para que ele possa capitalizar os investimentos.
Nos próximos 20 dias, Dilma intensifica viagens na companhia de Lula, sobretudo no Sudeste. Amanhã, por exemplo, estarão em Cubatão para inaugurar uma usina termoelétrica.
Obras de saneamento e habitação -foco do PAC 2- serão visitadas, mesmo aquelas ainda em andamento. No mesmo rol estão visitas ao gasoduto interligando as regiões Sudeste e Nordeste (Gasene) e à Ferrovia Norte-Sul. Os dois ainda têm trechos em construção.
A ministra participará também de festas de lançamentos de projetos com grande potencial eleitoral, mas que pouco andarão no atual governo, como a chamada Consolidação das Leis Sociais e o PAC 2.
O lançamento do Plano Nacional de Banda Larga, alvo de pendências jurídicas e divergências no governo, deverá ocorrer depois de sua saída.
De abril a julho, a petista deve se concentrar em viagens pelo país, inclusive um tour por Minas Gerais, onde nasceu.
Como a Lei Eleitoral não impede, Dilma poderá acompanhar Lula em solenidades mesmo após o afastamento do cargo no governo. A presença em inaugurações fica proibida três meses antes das eleições, segundo a norma.


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