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Na reta final, Serra e Dilma lançam até obra inacabada
Pré-candidatos concentram inaugurações, mas atrasos podem prejudicar plano
Até deixar governo, tucano tenta entregar Rodoanel e metrô, ambos com atraso no cronograma; ministra e Lula inauguram trechos de obras
ANA FLOR
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A menos de um mês do prazo
final para afastamento de seus
cargos, os dois principais pré-candidatos à Presidência têm
um calendário apertado de
eventos midiáticos e inaugurações de obras -algumas das
quais ainda inacabadas.
Ao deixar os cargos a partir
de 3 de abril, a ministra da Casa
Civil, Dilma Rousseff (PT), e o
governador de São Paulo, José
Serra (PSDB), amargarão um
período de menor visibilidade
até junho, quando as candidaturas serão oficializadas.
O plano de voo de Serra previa inaugurar no fim do mês
-quando deve anunciar publicamente sua candidatura- três
carros-chefes de sua administração: a Nova Marginal, o trecho Sul do Rodoanel e duas estações da Linha 4 do Metrô.
Mas as chuvas do início do ano
põem em risco a pretensão.
O diretor-presidente da Dersa, Delson José Amador, sugere
que as obras viárias sejam apenas abertas ao tráfego em vez
de inauguradas. O trecho Sul,
explica, não estará integralmente liberado.
Embora a "essência" da obra
-acesso a Imigrantes e Anchieta- deva ficar pronta a tempo,
falta o o acesso a Mauá.
Sob o argumento de que não
se pretende sobrecarregar o
trânsito em Mauá, a abertura
desse trecho dependerá da conclusão da Jacu-Pêssego e da duplicação da Papa João XXIII.
Para a Nova Marginal, está
prevista apenas a entrega das
faixas adicionais, sem os quatro
viadutos principais."A solução
mais sensata seria apenas abertura ao tráfego. Isso está em
discussão entre governo e secretaria", diz Amador.
Segundo o Metrô, "a inauguração das estações Paulista e
Faria Lima da Linha 4-Amarela
dependerá da conclusão do
protocolo de testes de estações,
sistemas e material rodante".
Além de obras como na linha
verde, não há também garantia
de conclusão do Rodoanel.
Aliados de Serra, no entanto,
ainda apostam na aceleração
das obras para que ele possa capitalizar os investimentos.
Nos próximos 20 dias, Dilma
intensifica viagens na companhia de Lula, sobretudo no Sudeste. Amanhã, por exemplo,
estarão em Cubatão para inaugurar uma usina termoelétrica.
Obras de saneamento e habitação -foco do PAC 2- serão
visitadas, mesmo aquelas ainda
em andamento. No mesmo rol
estão visitas ao gasoduto interligando as regiões Sudeste e
Nordeste (Gasene) e à Ferrovia
Norte-Sul. Os dois ainda têm
trechos em construção.
A ministra participará também de festas de lançamentos
de projetos com grande potencial eleitoral, mas que pouco
andarão no atual governo, como a chamada Consolidação
das Leis Sociais e o PAC 2.
O lançamento do Plano Nacional de Banda Larga, alvo de
pendências jurídicas e divergências no governo, deverá
ocorrer depois de sua saída.
De abril a julho, a petista deve se concentrar em viagens pelo país, inclusive um tour por
Minas Gerais, onde nasceu.
Como a Lei Eleitoral não impede, Dilma poderá acompanhar Lula em solenidades mesmo após o afastamento do cargo no governo. A presença em
inaugurações fica proibida três
meses antes das eleições, segundo a norma.
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