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Ciro afirma não ter aliado problemático
Deputado critica alianças feitas por PT e PSDB, mas diz que é favorável a alianças
"Dilma tem que explicar o Sarney e o Renan. Serra tem que explicar o Quércia. Eu não tenho que explicar nada", afirma pré-candidato
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Enfático sobre a decisão de
disputar a Presidência, o deputado federal e ex-ministro Ciro
Gomes (PSB-CE) disse ontem
em São Paulo que as "circunstâncias políticas" o diferenciam
do governador José Serra
(PSDB) e da ministra Dilma
Rousseff (PT).
"Numa coalizão preferencial
de PT com PMDB, a Dilma tem
que explicar o [José] Sarney e o
Renan [Calheiros]. O Serra tem
que explicar o [Orestes] Quércia. Eu não tenho que explicar
nada", disse, após gravar no
programa do Ratinho, no SBT.
"Faço uma opção. É sofrida
para mim, porque perco condições práticas, não tenho os minutos de TV. Mas não posso,
com o que eu penso, com o que
eu proponho, explicar essas circunstâncias", acrescentou.
Após novamente criticar as
alianças feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com o então PFL e pelo
presidente Lula com o PMDB,
Ciro admitiu que, se eleito,
também teria de lidar com o
que classifica de "escória".
"Tenho que lidar com isso,
mas com uma hegemonia moral diferente. Sou francamente
favorável a alianças."
Ao ser questionado se insistirá na disputa à Presidência
mesmo sem o apoio do PSB, o
ex-ministro reagiu: "Vou com
meu partido aonde ele for".
Emendou que agiu e age em
"articulação perfeita" com o
presidente da sigla, governador
Eduardo Campos (PE).
Ciro reiterou que sua candidatura ao governo paulista é
uma "exótica possibilidade".
Disse ter informado aos nove
partidos que lhe propuseram
aliança no Estado que "estão liberados a experimentar suas
alternativas de candidatura".
"Até porque não considero
que São Paulo precise de mim,
pessoa física." Uma das alternativas apontadas por ele foi o ex-jogador de futebol Marcelinho
Carioca (PSB), com quem circulou ontem a tiracolo.
Para o ex-ministro, a ascensão de Dilma na última pesquisa Datafolha (24 e 25 de fevereiro) "mais revela notoriedade
que preferência".
Sobre Serra, Ciro afirmou
não ter "nenhuma desafeição"
por ele e novamente disse crer
que o tucano "não será candidato à Presidência" devido a
riscos, problemas administrativos que enfrenta em São Paulo
e pela "dificuldade de encaminhar a sucessão no Estado".
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