São Paulo, terça-feira, 09 de abril de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Para tucano, Estado brasileiro já foi mais presente na economia

Serra elogia Sarney Filho e defende Estado "mais ativo"

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, fez ontem elogios ao ex-ministro do Meio Ambiente José Sarney Filho, irmão da pré-candidata presidencial do PFL, Roseana Sarney.
Ao falar sobre metas no setor ecológico, Serra se disse ""um ambientalista" e afirmou que ""as coisas a serem feitas já estão aí, não há muito mistério. No governo Fernando Henrique Cardoso, a gestão Sarney Filho foi bem nessa área. O Zequinha foi um bom ministro, mas ainda temos de avançar muito".
Serra e o PSDB entraram em atrito com Roseana e o PFL em razão da operação de busca e apreensão realizadas pela Polícia Federal no escritório da empresa Lunus, da pefelista e de seu marido, Jorge Murad, onde foi encontrado R$ 1,34 milhão, que seria doação de empresários para a campanha da ex-governadora.

Boicote
Anteontem, com a intimação da PF para Roseana prestar depoimento, a crise entre PFL e o PSDB aumentou ainda mais. Os pefelistas ameaçam barrar no Congresso votações de pautas de interesse do governo nesta semana.
O pré-candidato tucano disse que pretende ter um governo "mais ativo" em relação ao atual.
"Sou partidário do Estado ativo. No passado, o Estado brasileiro era mais presente na economia que qualquer outro Estado não socialista, na produção e na intervenção. A alternativa não é o Estado inerte, passivo", disse o presidenciável tucano.
De acordo com Serra, isso já vai ser feito no atual governo com as exportações, com ""uma grande ofensiva do financiamento".
""O Estado tem de saber antecipar os acontecimentos. Tem de enxergar no longo prazo. Você não pode querer que a área empresarial tenha visão conjunta de médio e longo prazos do país. Você não vai querer que o sistema financeiro desempenhe esse papel. O governo Fernando Henrique cumpriu certas missões. Cada governo tem suas etapas, suas missões a cumprir. O Fernando Henrique não fez tudo nem deixou de errar", disse.
Serra acha que o país pode atingir um crescimento entre 4,5% e 5% anuais, o que, segundo ele, permitiria um aumento de 3% no gasto público real.


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