DA REPORTAGEM LOCAL

A obra acadêmica e política de Ruth Cardoso (1930-2008) será tema de um seminário na Universidade Columbia, em Nova York, que ocorre entre hoje e amanhã.
A homenagem reunirá cientistas sociais, muitos deles ex-alunos da antropóloga, políticos e representantes da sociedade civil que colaboraram com o trabalho da primeira-dama durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Um dos idealizadores do encontro, o diretor do Centro de Estudos Brasileiros da universidade, Thomas Trebat, diz que o objetivo do seminário "não é fazer um elogio de Ruth Cardoso", que morreu em junho do ano passado, mas, na verdade, uma "análise acadêmica da sua vida e da sua obra".
Entre os participantes do encontro estarão o ex-presidente FHC, o governador de São Paulo, José Serra, o economista e professor de Columbia Albert Fishlow, e a antropóloga, professora da Universidade de Chicago, Manuela Carneiro da Cunha.
A professora da USP Lilia Moritz-Schwarcz, coordenadora do seminário, chama a atenção para uma característica importante de Ruth, que parece unificar seu trabalho acadêmico e político. "Ruth foi sobretudo uma grande incentivadora e orientadora de pesquisas alheias".
As professoras de antropologia da Unicamp Guita Debert e Maria Filomena Gregori, ex-orientandas de Ruth, confirmam a impressão. Debert diz que ela evitava, sempre, "simplificações apressadas", e não abordava os seus objetos de estudo -mulheres, movimentos sociais, moradores das periferias, imigrantes- de forma maniqueísta. O banqueiro Pedro Moreira Salles, que trabalhou com a antropóloga no Comunidade Solidária, também elogia a capacidade de coordenação de Ruth. "Ela era docemente exigente."


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