São Paulo, quarta-feira, 09 de maio de 2001

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PAINEL

Alvo preferencial
FHC decidiu reagir pessoalmente à ameaça de CPI da corrupção porque percebeu que não teria como controlar a investigação. PMDB e PFL tentariam salvar Jader Barbalho e ACM, respectivamente, enquanto o presidente se tornaria o principal alvo das atenções.

Alarme acionado
O sinal amarelo surgiu quando o Planalto propôs que José Fogaça (RS) fosse indicado pelo PMDB para a relatoria da CPI da corrupção. Jader não aceitou.

Sob o tapete
Fernando Bezerra (RN) deixou o Ministério da Integração Nacional, do qual dizia ser o "lixeiro e não o lixo". Mas o senador não conseguiu responder a uma pergunta simples: o que fez com o próprio lixo?

Corrida eleitoral
O PFL tenta aproveitar o desgaste de Jader Barbalho e a queda de Fernando Bezerra para retomar o posto de aliado preferencial do PSDB para 2002. A nota anti-CPI de ontem e a promessa de retirar cinco assinaturas foram os primeiros passos.

Efeito colateral
O PFL não acredita que ACM tire sua assinatura da CPI. Mas acha que ele irá incentivar seus deputados a deixar de lado a investigação, se sentir que terá proteção no Conselho de Ética.

Turma afinada
Michel Temer, cotado para suceder Fernando Bezerra, não assinou a CPI. Mas cinco deputados do PMDB paulista, ligados a ele, assinaram. Se Temer for nomeado, pelo menos três devem retirar a assinatura.

Currículo suspeito
Presidente da Comissão de Ética, Ramez Tebet também tem sido citado no PMDB para o lugar de Bezerra. Problema: foi presidente da extinta Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro Oeste).

Problema extra
Procuradores da Fazenda Nacional entram em greve na semana que vem para reivindicar aumento de salário e plano de carreira. A Procuradoria da Fazenda é subordinada à Advocacia Geral da União e responsável pela cobrança da dívida ativa, estimada em R$ 123 bi.

Cofre vazio
A greve dos procuradores será a primeira da história envolvendo a Advocacia Geral da União. Os procuradores reclamam que o governo não repassa os recursos previstos. No ano passado, foram liberados apenas R$ 55 mi dos R$ 155 mi orçados.

Cadeira sem dono
O PFL não quer ocupar a liderança do governo no Senado, cargo desgastado pela crise da violação do painel. Francelino Pereira (MG) e José Agripino (RN) foram sondados por FHC, mas o partido vetou.

Fora de cena
O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, demitido por FHC da direção do centro de estudos do Itamaraty, recusou o convite para trabalhar com Olívio Dutra (RS). Preferiu continuar em Brasília. Prestará apenas uma consultoria informal.

Visão ampliada
O prefeito de São Luís, Jackson Lago (PDT), começou a se movimentar para a sucessão estadual no Maranhão. Suas relações com Roseana Sarney (PFL), que o apoiou na campanha, já não são mais as mesmas.

Projeto antinepotismo
O deputado tucano Ricardo Ferraço (ES) apresenta projeto que acaba com os suplentes de senadores. Pelo projeto, quem deixar o cargo será substituído pelo candidato derrotado, mesmo se for de outro partido.

Visita à Folha
Roger Agnelli, presidente do Bradespar e do Conselho de Administração da Companhia Vale do Rio Doce, visitou ontem a Folha, onde, a convite do jornal, foi recebido em almoço.

TIROTEIO

Do governador da Bahia, César Borges (PFL), ironizando a suposta cotação de Geddel Vieira Lima (PMDB) para o lugar de Fernando Bezerra:
-O perfil não tinha de ser parecido com o de Jesus Cristo? Agora querem o Barrabás?

CONTRAPONTO

Disfarce perfeito

O governador de Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB), reclama que faltam verbas e incentivos aos negócios do Estado desde que assumiu seu comando.
Há algum tempo, decidiu usar um jaleco da Defesa Civil. Uma forma de protestar sobre a situação do Estado, que ele classifica como "de calamidade".
Desde então, Lessa cumpre toda a sua agenda externa usando o tal colete. A familiaridade é tanta que em algumas vezes o governador o veste quando não há necessidade. Recentemente, em visita a São Paulo, Lessa desembarcou no aeroporto de Congonhas usando o colete.
O funcionário do cerimonial do Palácio dos Bandeirantes, que foi recebê-lo em nome do governador Geraldo Alckmin, não titubeou. Ao ver Lessa no desembarque conversando com assessores, dirigiu-se a ele e perguntou:
-Boa tarde. Cadê o VIP?


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