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São Paulo, sexta-feira, 09 de maio de 2003

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Ministros não se entendem sobre políticas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A poucos dias da reunião que vai começar a definir a unificação dos programas sociais do governo federal, a ministra Benedita da Silva (Assistência Social) e o ministro José Graziano (Segurança Alimentar) continuam falando linguagens diferentes quando o assunto é a política para o setor.
Graziano diz que a inclusão social dos pobres se dará por meio do fortalecimento da agricultura familiar dos locais beneficiados pelo Fome Zero. Já Benedita defende a transferência de renda somada ao protagonismo das famílias (manutenção dos filhos na escola e frequência nos postos de saúde) como a única forma reduzir a pobreza.
Ontem Benedita acrescentou um elemento a mais na discussão sobre a chamada "contrapartida" das famílias que recebem dinheiro do governo federal. Disse que as mulheres que chefiam famílias beneficiadas pelos programas sociais terão de fazer a sua parte. Como exemplos citou a frequência em cursos de alfabetização de adultos ou em cursos de formação de cooperativas.
Ela disse também que o Fome Zero é uma ação "emergencial" e que as famílias precisam ser estimuladas a quebrar o ciclo de pobreza, ou sempre serão dependentes do governo.
"Não pensar dessa forma é pensar no assistencialismo e isso nós não queremos", afirmou a ministra, que defende a focalização dos programas de transferência de renda nos mais pobres. Graziano, por sua vez, não aprova a focalização dos programas de geração de renda.
Em sua apresentação, o ministro reafirmou que o Fome Zero não é assistencialista: "Não existe solução assistencialista para esses programas, ainda que haja ações emergenciais". (GA e LC)


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