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Ministros não
se entendem
sobre políticas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A poucos dias da reunião que
vai começar a definir a unificação
dos programas sociais do governo federal, a ministra Benedita da
Silva (Assistência Social) e o ministro José Graziano (Segurança
Alimentar) continuam falando
linguagens diferentes quando o
assunto é a política para o setor.
Graziano diz que a inclusão social dos pobres se dará por meio
do fortalecimento da agricultura
familiar dos locais beneficiados
pelo Fome Zero. Já Benedita defende a transferência de renda somada ao protagonismo das famílias (manutenção dos filhos na escola e frequência nos postos de
saúde) como a única forma reduzir a pobreza.
Ontem Benedita acrescentou
um elemento a mais na discussão
sobre a chamada "contrapartida"
das famílias que recebem dinheiro do governo federal. Disse que
as mulheres que chefiam famílias
beneficiadas pelos programas sociais terão de fazer a sua parte. Como exemplos citou a frequência
em cursos de alfabetização de
adultos ou em cursos de formação de cooperativas.
Ela disse também que o Fome
Zero é uma ação "emergencial" e
que as famílias precisam ser estimuladas a quebrar o ciclo de pobreza, ou sempre serão dependentes do governo.
"Não pensar dessa forma é pensar no assistencialismo e isso nós
não queremos", afirmou a ministra, que defende a focalização dos
programas de transferência de
renda nos mais pobres. Graziano,
por sua vez, não aprova a focalização dos programas de geração de
renda.
Em sua apresentação, o ministro reafirmou que o Fome Zero
não é assistencialista: "Não existe
solução assistencialista para esses
programas, ainda que haja ações
emergenciais".
(GA e LC)
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