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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Operação Ciro
Embora Ciro Gomes (PSB-CE) tenha rejeitado publicamente a ideia, sob o argumento de que pode estar
ficando "velho, mas não louco", seguem as conversas
para tentar transformá-lo em candidato ao governo
de São Paulo, especialmente agora que a Operação
Castelo de Areia eliminou a opção Paulo Skaf.
Na quarta, os representantes do "bloquinho" Márcio França (PSB), Paulinho (PDT) e Aldo Rebelo (PC
do B) reuniram-se para tratar do assunto com os deputados do PT Cândido Vaccarezza, Jilmar Tatto, José Mentor e Devanir Ribeiro. Os petistas sugeriram
que poderia haver jogo caso Ciro se mostrasse viável,
em pesquisa, contra Geraldo Alckmin, tucano mais
cotado caso José Serra saia para disputar o Planalto.
Vai nessa. Paulinho da
Força também tratou do projeto Ciro SP em conversa com
Gilberto Carvalho. O chefe de
gabinete de Lula, cotado para
presidir o PT durante a campanha eleitoral de 2010, não
se comprometeu, mas também não se opôs ao prosseguimento das negociações.
Excluídos 1. O presidente
do PT, Ricardo Berzoini, soltou fumaça ontem ao descobrir que o conselho informal
da candidatura de Dilma
Rousseff havia se reunido na
segunda-feira no Palácio do
Planalto. Tampouco o secretário-geral do partido, José
Eduardo Cardozo, gostou de
ter sido excluído. Houve
quem defendesse nota de protesto, mas a turma do deixa
disso resolveu a parada.
Excluídos 2. Há precedente de curto-circuito na relação
Dilma-Berzoini. Em recente
reunião com a bancada da Câmara, a ministra defendeu a
ida de Gilberto Carvalho para
o comando do PT, dada a importância de ter ali alguém
que fale por Lula. Subtexto: ao
contrário da atual direção.
Berzoini espumou.
Roteiro. Embora soubesse
que suas chances eram remotas, o ex-tesoureiro Delúbio
Soares deixou o barco correr
até ontem, quando se declarou injustiçado na reunião do
Diretório Nacional petista,
para ganhar discurso que pavimente sua candidatura a deputado por outra legenda.
Pá de cal. Até o início da
semana, Delúbio ainda tinha
alguma esperança de alcançar
o número de votos necessário
para aprovar seu pedido de integração. Mas o Movimento
PT, tendência de porte médio
que se alia ora ao antigo Campo Majoritário, ora à Mensagem, roeu a corda e avisou ao
tesoureiro do mensalão que
não lhe daria seus dez votos.
Joint-venture. A emenda
que anistia agentes públicos
de responder por improbidade em decisões relacionadas
ao sistema financeiro foi debatida entre o líder do PSDB
na Câmara, José Aníbal (SP),
e o presidente do BC, Henrique Meirelles. O banco trabalhava em um projeto com o
mesmo propósito.
Vai vetar? A aliança explica por que Tasso Jereissati
(PSDB) e Aloizio Mercadante
(PT), contrários a outros contrabandos na MP 449, não se
opuseram à anistia para os dirigentes financeiros, acatada
por Francisco Dornelles (PP).
E por que a equipe econômica
não incluiu o item entre os
possíveis vetos ao texto.
Afasta de mim. Apesar
de críticos ao destempero de
Sérgio Moraes (PTB-RS),
aquele que está se "lixando
para a opinião pública", integrantes do Conselho de Ética
da Câmara estão recusando,
um a um, as sondagens para
substituir o colega na relatoria do caso Edmar Moreira.
Membros da subcomissão
que cuida do tema, Hugo Leal
(PSC-RJ) e Ruy Pauletti
(PSDB-RS) não topam.
Repórter. Sem equipe de
TV nem assessores para gravar imagens dos estragos das
chuvas no Maranhão e Piauí
durante o sobrevoo de Lula, o
ministro Márcio Fortes (Cidades) sacou seu celular e registrou o cenário crítico para
exibir aos colegas em Brasília.
Tiroteio
"Perder a oportunidade de indicar um brasileiro
para a direção-geral da Unesco, optando por
apoiar um egípcio obscuro e discutível,
é mais um erro da política externa de Lula."
De CELSO LAFER, chanceler no governo FHC, sobre o endosso do
Itamaraty a Farouk Hosni em detrimento de Marcio Barbosa, atual
diretor-adjunto do órgão da ONU para educação, ciência e cultura.
Contraponto
Pronto para tudo
O ex-embaixador de Cuba Tilden Santiago esteve em
Brasília em busca de apoio da cúpula do PSB para concorrer ao Senado por Minas. Em conversa com Renato Casagrande, secretário-geral do partido, fez sua propaganda:
-Posso ser o candidato da esquerda, porque terei o segundo voto dos eleitores petistas-, argumentou Santiago,
que militou no partido durante 28 anos.
-Mas e se o Aécio for candidato ao Senado?
-Aí eu tenho o segundo voto dos eleitores do Aécio...
-Desse jeito você terá mais voto que o governador!
Tilden não se fez de rogado:
-Disposição e ousadia não me faltam.
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