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Ex-senadores utilizam 291 bilhetes após fim de mandato
11 ex-integrantes do Senado usaram passagens aéreas ou cederam cota a parentes
Vice-governador do MA, João Alberto Souza (PMDB) emitiu 98 bilhetes; Heloísa Helena, presidente do PSOL, usou seis após deixar a Casa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Onze ex-senadores usaram
passagens do Senado mesmo
depois do término de seus
mandatos, segundo registros
parciais de empresas aéreas obtidos pelo site Congresso em
Foco. Foram 291 viagens que
beneficiaram, além dos ex-senadores, parentes e amigos.
Somente o vice-governador
do Maranhão, João Alberto
Souza (PMDB), emitiu 98 bilhetes. Segundo o site, ele viajou 22 vezes e os demais trechos foram emitidos em nomes
de terceiros e familiares.
Até o mês passado, os senadores não eram obrigados a devolver as passagens que não
utilizavam no decorrer do
mandato. A regra só mudou depois de a imprensa noticiar que
os bilhetes não eram usados em
atividades parlamentares. A
partir deste mês, a cota aérea
que não for utilizada durante o
ano será perdida. Parentes estão proibidos de viajar com dinheiro do Senado.
O ex-senador Joaquim Roriz
(PMDB-DF), que ficou no cargo por apenas cinco meses até
renunciar para escapar de processo de cassação, utilizou sete
passagens pagas pelo Senado,
segundo a reportagem do site.
Os ex-senadores disseram ao
Congresso em Foco que utilizaram as passagens porque isso
era permitido e não cogitaram
devolver o dinheiro. A exceção
foi Joaquim Roriz, que negou
ter viajado com passagens pagas pela Casa. Ao Congresso em
Foco disse que comprou os bilhetes na mesma agência que
atende ao Senado.
Criado em 2004, o site reúne
nove jornalistas, em Brasília.
Faz parte do grupo da assessoria de imprensa Oficina da Palavra, que tem como clientes a
Brasil Telecom, a Eletronorte,
o TCU e a Escola Superior do
Ministério Público.
Também utilizaram a cota
aérea do Senado mesmo após o
fim do mandato, segundo o site,
o atual governador de Alagoas,
Teotônio Vilela (PSDB), com
oito passagens, e o ex-senador
José Jorge (DEM-PE), atual
ministro do TCU (Tribunal de
Contas da União), com 14.
A presidente do PSOL, Heloísa Helena, que é vereadora em
Alagoas, utilizou seis bilhetes
após o mandato. Já o ex-presidente do DEM, Jorge Bornhausen (SC), 13.
A Folha revelou que, quando
era senadora, Heloísa usou a
cota da gráfica para imprimir
um livro com 56 fotos dela em
23 páginas de texto.
A lista inclui ainda os ex-senadores Rodolpho Tourinho
(DEM-BA), que usou 79 passagens, Roberto Saturnino (PT-RJ), 54 bilhetes, e Alberto Silva
(PMDB-PI), hoje deputado federal, que emitiu dois bilhetes.
Passagens da cota dos ex-senadores Jefferson Peres (PDT-AM) e Ramez Tebet (PMDB-MS), que já morreram, foram
utilizadas por familiares deles.
No caso de Peres, foram três
bilhetes. A Folha já havia revelado que o Senado converteu
em dinheiro parte da cota aérea dele para a viúva, o que foi
considerado ilegal pelo Ministério Público no TCU.
"Tenho a consciência absolutamente tranquila, pois tudo
que foi feito está totalmente de
acordo com a legalidade institucional vigente", disse Heloísa. "É um direito adquirido que
eu tenho", disse Bornhausen,
resumindo a explicação que
também foi dada pelos demais.
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