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PRESIDENTE 40/ ELEIÇÕES 2010
Sindicatos criam chapa Dilma-Alckmin
Relação ruim com José Serra, pré-candidato tucano à Presidência, faz surgir na Força Sindical chapa tucano-petista
Dirigentes elogiam fácil
diálogo com postulante do
PSDB em SP e se queixam
do presidenciável por não
manter canal com entidades
DA REPORTAGEM LOCAL
A rejeição ao pré-candidato
tucano à Presidência, José Serra, está levando parte do movimento sindical de São Paulo
alinhada com Geraldo Alckmin
(PSDB), postulante ao governo
paulista, a defender a candidatura de Dilma Rousseff (PT).
Alckmin tem a simpatia de
pelo menos 40% dos sindicatos
filiados à Força Sindical em São
Paulo, segundo cálculo do tucano Antonio Ramalho, vice-presidente da entidade que, no Estado, tem uma base de cerca de
4,5 milhões de trabalhadores.
Os elogios a Alckmin entre
dirigentes sindicais ouvidos pela Folha são diretamente proporcionais às críticas a Serra.
Mesmo entre aqueles que defendem um apoio puro-sangue
Serra-Alckmin, pipocam ressalvas ao pré-candidato tucano
ao Palácio do Planalto.
"O entusiasmo é [com] Alckmin. Ele é da escola do [Mario]
Covas, do [Franco] Montoro.
Ele [Covas] falava "não" direto
pra gente, mas falava na cara",
resume Ramalho, que preside o
Sindicato da Construção Civil.
Ao mesmo tempo em que defende a ideia de que um apoio a
uma dobradinha Dilma-Alckmin seria um "tiro no pé", Ramalho diz que Serra "não tem
conversa com ninguém, só
quatro pessoas falam com ele".
Chapa híbrida
Filiado ao PDT, Miguel Torres, presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos de São Paulo,
defende pessoalmente o híbrido Dilma-Alckmin. A posição
do sindicato, diz, ainda não está
definida oficialmente. A Federação dos Comerciários também tende a essa posição.
Torres conta que os principais líderes sindicais têm o número do celular de Alckmin.
Quando não atende, o pré-candidato ao governo estadual pega os recados na caixa-postal e
liga de volta.
Na última terça-feira, Alckmin foi a um café da manhã oferecido pela Federação dos Trabalhadores na Indústria Química do Estado de São Paulo.
Líderes sindicais de outros
quatro setores também compareceram. Ele chegou a vestir a
camisa dos químicos.
"Não temos um problema
sistêmico com o Serra, mas o
diálogo que nós tínhamos com
o Alckmin nós não tivemos
com o Serra", diz Sérgio Leite,
presidente da Federação dos
Químicos, que prevê apoio a
Dilma na disputa presidencial.
Ele e outros dirigentes apontam como um dos principais fatores de apoio a Alckmin as reduções de alíquotas do ICMS
(Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços) para
diversos setores promovidas
durante o seu governo.
No 1º de Maio, Serra ficou
longe de São Paulo, onde as
centrais sindicais realizaram
suas tradicionais festas -neste
ano com a presença de Dilma
Rousseff e do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Os eventos, tanto da Força
quanto da CUT, tiveram patrocínio de R$ 2 milhões de estatais do governo Lula (R$ 1 milhão para cada central).
O tucano optou por um evento evangélico em Santa Catarina -que também teve verba de
gestões tucanas. As centrais dizem que convidaram Serra. O
tucano nega que tenha recebido convite.
(BRENO COSTA)
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