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PIRATARIA
Relatório final diz que cabe à Corregedoria da Câmara tomar providências; corregedor diz ser "impossível" continuar apuração
CPI cita Corrêa, mas se esquiva de investigação
CHICO DE GOIS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O relatório final da CPI da Pirataria, divulgado ontem pelo deputado federal Josias Quintal
(PMDB-RJ), usa cinco linhas para
citar o suposto envolvimento do
deputado Pedro Corrêa (PE), presidente nacional do PP, em irregularidades. O relatório tem 244
páginas e será votado hoje.
O relator, porém, denuncia a filha do deputado, Aline Lemos
Corrêa de Oliveira Andrade, e seu
marido, José Antônio Neuwald,
por crime contra a ordem tributária. Neuwald e Aline figuram,
conforme a CPI, como sócios de
empresa de cigarros.
Sobre Corrêa, o relatório diz:
"na quebra do sigilo telefônico de
Ari Natalino da Silva [acusado de
sonegação fiscal e adulteração de
combustível] foi mencionado três
vezes o nome do deputado federal
Pedro Corrêa. Como a CPI não teve tempo de aprofundar quais seriam, realmente, as eventuais ligações entre Ari Natalino e o deputado Pedro Corrêa, enviará a cópia do relatório final à Corregedoria da Casa para que tome as providências que entenda cabíveis".
A Folha noticiou as ligações feitas para o deputado. Em uma
conversa entre Natalino e seu filho, Erick da Silva, o empresário
sugere que ele ofereça R$ 200 mil
por mês a Corrêa. Silva diz que a
proposta foi aceita. A assessoria
de Corrêa afirmou que ele não estava em seu gabinete e que não sabia se iria divulgar nota oficial.
Anteontem, em nota à imprensa,
ele negou envolvimento no caso.
"Impossível"
O corregedor da Câmara, Luiz
Piauhylino (PTB-PE), afirmou,
em ofício ao presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP),
que é "impossível" continuar o
processo aberto para investigar as
relações entre Corrêa e Natalino.
"São questões que requerem investigação mais aprofundada, e
não é papel da CPI."
Sobre o genro de Corrêa, Quintal diz que suas declarações de
1998 e 1999 foram retificadas em
agosto de 2003, "coincidentemente quando a CPI começou a investigá-lo". No caso de Aline, o relatório afirma que também ela
apresentou declaração retificadora de 2001 em setembro de 2003.
Aline disse à Folha, na semana
passada, que considerava "injustas as acusações da CPI".
O relatório dedica seis páginas a
Law Kin Chong, preso, acusado
de tentar subornar Luiz Antonio
de Medeiros (PL-SP), presidente
da CPI. É indiciado por efetivação
de operações de câmbio não autorizadas, prática de crimes contra a
ordem tributária, contrabando ou
descaminho, receptação e formação de quadrilha. A Folha não encontrou o advogado de Chong.
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