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Painel
Renata Lo Prete
@ - painel@uol.com.br
Foi mal
Em conversa com um líder da oposição, um ministro do Tribunal Superior Eleitoral tentava justificar a
decisão, tomada na terça-feira e abortada ontem, de
tornar mais severa a verticalização das alianças entre
os partidos: "A gente votou mais de dez da noite. E o
Marco Aurélio foi tão assertivo..."
Outros ministros do TSE alegaram a políticos que
os procuraram em desespero que não tinham a exata
noção das conseqüências do que haviam votado, ou
seja, a implosão quase completa dos palanques a menos de uma semana das convenções. No final, venceu
a pressão dos partidos, e o rótulo de "incoerência" ficou para a Justiça Eleitoral.
Demolição. De José Sarney, sobre os eventos de terça-feira na Câmara e no TSE:
"De dia, quebraram o Congresso. À noite, os partidos.
Em vez de bater no padre,
tentaram destruir a igreja".
Plano B. Renan Calheiros
(PMDB-AL) já tinha preparada uma saída caso o TSE insistisse em radicalizar na verticalização das alianças: o Senado aprovaria, a toque de caixa,
um decreto legislativo para
reinterpretar a lei.
Memórias. João Paulo Cunha (PT-SP) prepara livro sobre a crise do mensalão. Título provisório dado pelo ex-presidente da Câmara e beneficiário das contas de Marcos
Valério: "Do Céu ao Inferno".
Devagar. A Comissão de
Ética do PT abre na segunda
um "procedimento investigatório" no caso Bruno Maranhão. Após a apuração preliminar, o órgão poderá ou não
instaurar processo contra o
petista que lidera o MLST,
num rito que dura até 40 dias.
Rebelião. Só um deputado
do PMDB votou contra o reajuste aos aposentados. Quando o partido viu o PT liberando seus parlamentares na
questão, decidiu não arcar
com o ônus de vetar o aumento. Em tempo: a perda da pasta da Saúde ainda não foi digerida pelos peemedebistas.
Desgaste à vista. A base
aliada já conta com a aprovação do reajuste aos aposentados no Senado. Caberá a Lula
a decisão de vetar ou não a
medida às vésperas da eleição.
Baixo astral. "Meu relatório não agradou a ninguém",
lamenta Garibaldi Alves
(PMDB-RN). À exceção de
Paulo Okamotto, os indiciados da CPI dos Bingos são "cachorros mortos", nas palavras
de um líder da oposição.
Nó na cabeça. A decisão
de poupar Gilberto Carvalho e
José Dirceu obedeceu a um
raciocínio tortuoso. Desafeto
do ex-ministro, o relator temia ser acusado de "revanchismo". Por analogia, resolveu poupar também o chefe-de-gabinete de Lula.
Fórceps. A nota em que o secretário da Segurança, Saulo
de Abreu Filho, afirma que
não teve intenção de desrespeitar a Assembléia em seu
tumultuado depoimento foi
precedida de visita de Rodrigo
Garcia (PFL) a Claudio Lembo. O presidente da Casa bateu o pé por uma retratação.
Público-alvo. Enquanto
Alckmin e Serra visitavam o
Tênis Clube de Catanduva,
um grupo de senhoras tomava
chá. "Se o Lembo estivesse
aqui, iria fazê-las abrir a bolsa", brincou um tucano.
Visitas à Folha. Antônio
Sarkis Jr., presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, visitou ontem a Folha.
Estava acompanhado de Helmi Nasr, vice-presidente e
professor titular de estudos
árabes e islâmicos da Universidade de São Paulo.
Eduardo de Queiroz Monteiro, presidente do Grupo
EQM, visitou ontem a Folha.
Estava acompanhado de Flávia Coelho, diretora administrativa e financeira, de Carlos
Brickmann, presidente da
Brickmann Associados, e de
Marli Gonçalves, diretora.
Contraponto
Meio desligado
Em campanha para o Senado nas eleições de 1998,
Eduardo Suplicy (PT-SP) fez uma visita a Ribeirão Pires,
na Grande São Paulo. Cumprindo agenda de candidato,
foi recebido pelo secretário de Obras, o hoje deputado estadual Mário Reali (PT-SP), que fez uma longa explanação
sobre o projeto de recuperação do centro da cidade.
Encerrada a conversa, Suplicy se despediu e foi circular
pelas ruas para fazer o mais importante: pedir votos. Vira
à esquerda, vira à direita, uma hora depois ele encontrou
de novo com Reali. E, para espanto do secretário, engatou
um papo como se estivessem se conhecendo ali:
-Muito prazer, meu nome é Eduardo Suplicy.
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