|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PF assume caso MLST e mantém 41 presos
Mais de 400 militantes do movimento devem ser liberados pela Justiça, enquanto aguardam conclusão das investigações
Grupo que polícia pretende
manter na prisão inclui
o líder Bruno Maranhão,
afastado da Executiva do PT
após invasão do Congresso
ANDRÉA MICHAEL
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal assumiu
ontem a investigação sobre a
invasão e depredação da Câmara dos Deputados comandada
por militantes do MLST (Movimento de Libertação dos Sem-Terra) na tarde da última terça-feira. A PF informou à Justiça
que tem elementos para manter a prisão em flagrante de
apenas 41 dos cerca de 500 militantes que foram presos pela
Polícia Legislativa após o ato.
Para a PF, os 41 militantes do
MLST cometeram crimes como lesão corporal grave, dano
contra o patrimônio público,
formação de quadrilha e corrupção de menores. Somadas,
as penas podem chegar a 15
anos de prisão. Até o fechamento deste edição, a Justiça não
havia decidido sobre eventual
liberação de manifestantes.
Bruno Maranhão, principal
líder do MLST, está entre as
pessoas que a PF pretende
manter na prisão. Ontem, ele e
os outros 40 foram ouvidos na
Superintendência da PF no
Distrito Federal. Ao sair, Maranhão disse que há militantes
em "solitária" na penitenciária
e que, no momento em que a
Câmara foi invadida, ele estava
no gabinete do deputado Nelson Pellegrino (PT-BA).
Adolescentes
Vinte e nove adolescentes
detidos desde terça-feira com
integrantes do MLST durante a
invasão permaneciam ontem
no Centro Abrigamento Reencontro (Cear) da Secretaria de
Estado de Ação Social do Distrito Federal em Taguatinga,
cidade-satélite de Brasília. A
Justiça concluiu que eles não
tiveram culpa no episódio. Desta forma, poderão voltar aos
seus Estados de origem.
Na terça-feira, durante a invasão, foram detidas pela Polícia Judiciária da Câmara 42
crianças e adolescentes -32
têm entre 12 e 17 anos e os outros dez têm menos de 11 anos.
As dez crianças foram liberadas
no mesmo dia para responsáveis. Os 32 adolescentes foram
levados à Delegacia da Criança
e do Adolescente. Segundo a
delegacia, cinco foram entregues a responsáveis. Os outros
27, levados a um abrigo. A presença de crianças e adolescentes na invasão caracteriza, segundo a PF, crime de corrupção
de menores. Ontem, a Secretaria de Estado de Ação Social do
DF afirmou que todos os adolescentes estão bem de saúde.
Segurança ferido
O coordenador do Departamento de Logística da Polícia
Legislativa da Câmara, Normando Fernandes, 35, deixou
ontem a UTI do hospital Santa
Lúcia, em Brasília, onde estava
internado desde a última terça
com traumatismo craniano.
Fernandes foi a vítima mais
séria da invasão da Câmara,
que deixou 41 feridos. O policial
levou uma pedrada na cabeça.
Ele foi transferido a um quarto do hospital na manhã de ontem e deve passar pelo menos
outra noite no hospital. Porém,
ainda não há previsão de alta.
Fernandes está na Câmara
há dez anos, mora em Guará, cidade-satélite de Brasília, tem
uma filha de três anos e sua
mulher está grávida. Na Câmara, cuida do credenciamento de
pessoas e de veículos.
Texto Anterior: Protesto pelo Xingu Próximo Texto: Para Stedile, ação de MLST foi "equívoco" Índice
|