São Paulo, sexta-feira, 09 de junho de 2006

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300 presos não depredaram, diz movimento

EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em entrevista ontem à tarde em Brasília, membros da coordenação nacional do MLST afirmaram que, dos mais de 500 integrantes do movimento detidos na última na terça, cerca de 300 não tiveram participação na depredação de parte do Congresso. O movimento, segundo eles, está sendo indicado como uma versão nacional do Taleban.
Segundo o MLST, essas 300 pessoas foram vítimas de detenções "políticas" e "indiscriminadas". "O crime que ocorreu foi prender crianças e gente que nem sequer estava lá [no Congresso] no momento da confusão. Teve gente que foi humilhada no ginásio [quando a polícia interrogou os suspeitos]. Crianças foram surrupiadas dos pais e das mães, outros [no ginásio] foram provocados pela polícia com cotoveladas e tapas na cabeça", disse Jutair Moraes, da coordenação nacional do movimento na Bahia.
"O MLST tomará todas as providências cabíveis, por conta deste tratamento bárbaro e humilhante contra idosos, homens, mulheres e crianças cruelmente criminalizados", afirma em nota o movimento.
Ontem, em tumultuada entrevista na qual jornalistas e sem-terra bateram boca, o MLST admitiu sua "responsabilidade política" pelo quebra-quebra no Congresso. "Mas não [assumimos] pelo crime e pelos danos. O vídeo [aprendido pela Polícia Legislativa da Câmara] mostra a nossa organização para entrar de surpresa no Congresso para entregar a nossa pauta de reivindicações."
Segundo o MLST, a depredação foi uma conseqüência de um conflito entre sem-terra e seguranças da Câmara. "Viramos uma versão do Tabelan e da Al Qaeda. Se quiséssemos briga, iríamos todos com foices, porrete e facão", disse Moraes.


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