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Iara Iavelberg terá túmulo fora da ala dos suicidas
Enterro dos restos mortais
será no domingo, em SP
DA REDAÇÃO
A família de Iara Iavelberg,
mulher do guerrilheiro Carlos
Lamarca (líder do MR-8), conseguiu, após acordo judicial, o
direito de enterrar seus ossos
na área comum do Cemitério
Israelita do Butantã, em São
Paulo, e não na ala dos suicidas.
Laudo de 16 de maio de 2005
revelou ser "improvável que a
morte de Iara Iavelberg tenha
ocorrido por suicídio", versão
divulgada pela ditadura militar.
Com base nela, Iara foi sepultada "com desonra" numa ala separada do cemitério. Agora, os
ossos da psicóloga serão enterrados no domingo, às 11h, na
quadra 396, ao lado de seus
pais. A cerimônia será conduzida pelo rabino Henry Sobel.
Segundo Samuel Iavelberg,
irmão de Iara, "fazer a exumação do corpo já foi uma vitória.
Outra vitória é ela não voltar a
ser enterrada onde ela estava".
Iara Iavelberg morreu em 20
de agosto de 1971, aos 27 anos,
em Salvador (BA). Pela versão
oficial, Iara teria se matado
com um tiro no peito para não
ser presa. Seu corpo foi levado a
São Paulo num caixão lacrado
-a família não pôde abri-lo.
Em 1996, com o aparecimento de testemunhas que contestavam a versão oficial, sua família autorizou a exumação do
corpo, mas a Sociedade Cemitério Israelita de São Paulo se
opôs. Após longo processo judicial, a perícia foi realizada em
22 de setembro de 2003. O laudo que descartou o suicídio não
foi questionado pelo cemitério.
Com isso chegou-se, na semana
passada, ao acordo que permitirá o novo sepultamento.
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