São Paulo, sexta-feira, 09 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Iara Iavelberg terá túmulo fora da ala dos suicidas

Enterro dos restos mortais será no domingo, em SP

DA REDAÇÃO

A família de Iara Iavelberg, mulher do guerrilheiro Carlos Lamarca (líder do MR-8), conseguiu, após acordo judicial, o direito de enterrar seus ossos na área comum do Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo, e não na ala dos suicidas.
Laudo de 16 de maio de 2005 revelou ser "improvável que a morte de Iara Iavelberg tenha ocorrido por suicídio", versão divulgada pela ditadura militar. Com base nela, Iara foi sepultada "com desonra" numa ala separada do cemitério. Agora, os ossos da psicóloga serão enterrados no domingo, às 11h, na quadra 396, ao lado de seus pais. A cerimônia será conduzida pelo rabino Henry Sobel.
Segundo Samuel Iavelberg, irmão de Iara, "fazer a exumação do corpo já foi uma vitória. Outra vitória é ela não voltar a ser enterrada onde ela estava".
Iara Iavelberg morreu em 20 de agosto de 1971, aos 27 anos, em Salvador (BA). Pela versão oficial, Iara teria se matado com um tiro no peito para não ser presa. Seu corpo foi levado a São Paulo num caixão lacrado -a família não pôde abri-lo.
Em 1996, com o aparecimento de testemunhas que contestavam a versão oficial, sua família autorizou a exumação do corpo, mas a Sociedade Cemitério Israelita de São Paulo se opôs. Após longo processo judicial, a perícia foi realizada em 22 de setembro de 2003. O laudo que descartou o suicídio não foi questionado pelo cemitério. Com isso chegou-se, na semana passada, ao acordo que permitirá o novo sepultamento.


Texto Anterior: Toda Mídia - Nelson de Sá: "Senhor presidente"
Próximo Texto: Mensalão: STJ arquiva ação de Valério contra ex-secretária
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.