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Juca Chaves quer cantar
"sátiras políticas" durante
campanha pelo Senado
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
A campanha eleitoral na
Bahia ganhou um toque de irreverência com o registro da
candidatura de Juca Chaves,
67, ao Senado, pelo PSDC.
Com meio século de "prostituição artística", como gosta
de dizer, Juca Chaves promete "enfrentar os poderosos"
de forma diferente.
"Os políticos brasileiros são
todos iguais, falam as mesmas
coisas, fazem as mesmas promessas, têm os mesmos defeitos. Então, serei o diferencial, não fazendo discursos.
Em todos os programas e debates só vou cantar sátiras políticas", disse o artista, que
mora em Salvador há 24 anos.
Irônico, Juca Chaves já sabe o que vai fazer após tomar
posse. "Tenho um esboço do
meu primeiro projeto. Acho
que o Bolsa-Família é um excelente programa, deve ter
continuidade, desde que as
pessoas que recebem a merreca não tenham direito ao
voto, porque é voto comprado. Tenho certeza que terei o
apoio de todos os partidos,
com exceção de quem está no
poder", declarou.
Juca Chaves disse que não
entra na campanha para "bater" em candidatos e partidos.
"Não me preocupo com isso, todos eles estão mais do que batidos", disse. "Muita gente vai dizer, por exemplo, que o presidente Lula bebe muito. Ora, por
mim ele pode beber à vontade, já
que não dirige."
O cantor também vai defender o controle de natalidade no
país. "No Brasil não existem
poucas escolas, existem muitos
alunos; não existem poucos hospitais, existem muitos doentes."
Filiado ao PSDC há quase cinco anos, Juca Chaves revela que
tem outra preocupação, caso seja eleito.
"Sinceramente, acho que será
muito difícil trabalhar três horas por dia, durante três dias por
semana. Eu sei que os senadores
ficam cansados porque a jornada é mesmo longa, mas, por decisão do povo, terei de seguir o
exemplo. O meu maior sacrifício
será trocar a praia de Itapuã por
nove horas de enrolação por semana."
Ao registrar a sua candidatura
no TRE (Tribunal Regional
Eleitoral), Juca Chaves disse
que não tem dinheiro para fazer
a campanha. "Não tenho dinheiro nem para pagar as minhas
contas", brincou.
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