São Paulo, quarta-feira, 09 de julho de 2008

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Justiça rejeita solicitação da PF de prisão para petista

Greenhalgh teve conversa gravada com assessor de Lula

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma conversa telefônica entre o ex-deputado federal e advogado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) e o chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, foi um dos motivos que levaram a Polícia Federal a pedir a prisão preventiva (de 30 dias) do petista.
No diálogo gravado com autorização da Justiça, Greenhalgh pede a ajuda de Carvalho para tentar localizar o procedimento investigatório em curso na Justiça Federal e na PF contra Dantas, seu cliente.
O petista pergunta quem é o delegado responsável pelo caso e se Carvalho conhece detalhes da investigação. O chefe-de-gabinete se limita a dizer que irá se informar sobre o assunto.
Para o Ministério Público e a Polícia Federal, as escutas telefônicas, realizadas desde o início de 2007, revelam que Greenhalgh era "íntimo" do grupo ligado a Daniel Dantas e atuava em favor do banco Opportunity.
Era chamado por integrantes da suposta quadrilha de "LEG", as iniciais do ex-deputado, ou de "Gomes".
O pedido de prisão do deputado e de busca e apreensão na residência dele foram rejeitados pelo juiz federal Fausto Martin de Sanctis.
Segundo o delegado Protógenes Queiroz e o procurador Rodrigo De Grandis, o petista atuava como um braço político de Dantas, fazendo contatos com o governo federal e o Congresso Nacional.
"Sua atuação na suposta organização criminosa estaria aparentemente voltada à prática de lobby junto às altas autoridades do Poder Executivo e a empresas estatais, dentre elas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Social, BNDES", informou a Procuradoria ao juiz.
No relatório, a Procuradoria levanta a suspeita de que o ex-deputado do PT e Humberto Braz constituíam um grupo contratado por Dantas desde a negociação da Brasil Telecom, além de atuar outros negócios do banqueiro preso.
Ontem, o procurador De Grandis não quis comentar se há autoridades com foro privilegiado, eventualmente citadas no inquérito, que possam ser alvo de novas investigações.
A Folha apurou que novas investigações serão abertas para investigar autoridades com foro privilegiado.
Os nomes dos novos suspeitos foram mantidos em sigilo.


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