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Senado pede relatórios do BC sobre Banpará
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Senado aprovou ontem por
unanimidade, em votação simbólica, o requerimento do senador
José Eduardo Dutra (PT-SE) que
pede ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, o envio à Casa de todos os relatórios do Banco Central sobre irregularidades havidas
no Banpará (Banco do Estado do
Pará) no período de 1984 a 1987.
O Senado quer ter acesso ao relatório do inspetor Abrahão Patruni sobre o envolvimento do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) em desvio de recursos do
Banpará quando era governador.
A aprovação do requerimento é
mais um sinal do isolamento de
Jader. O prazo previsto para que
os documentos sejam remetidos
ao Senado é de até 30 dias, contados a partir do momento em que
Malan receber o pedido.
O líder do governo, Romero Jucá (PSDB-RR), acha que os relatórios serão encaminhados, embora
possa haver questionamentos
quanto à legalidade da quebra do
sigilo. ""O governo é a favor de tudo o que contribuir para a investigação e for dentro da lei", disse.
O requerimento foi apresentado
com base na lei complementar
105, que dá poderes aos plenários
da Câmara e do Senado para quebrar sigilo bancário, após aprovação da respectiva CCJ (Comissão
de Constituição e Justiça).
A proposta de Dutra foi aprovada na CCJ ontem pela manhã, inclusive com apoio dos governistas. No plenário, a votação foi rápida e sem polêmica. Antes, os senadores aprovaram a suspensão
dos prazos regimentais que deveriam ser cumpridos entre a votação da comissão e o plenário. ""O
Senado se redimiu", disse Dutra.
Considerado o único aliado de
Jader entre os três senadores da
comissão que investiga o presidente licenciado do Senado, João
Alberto Souza (PMDB-MA) deixou claro ontem seu desânimo
quanto à possibilidade de livrar
Jader de um processo: ""Jader é a
bola da vez. Quando um homem
público passa a ser a bola da vez,
encontram tudo contra ele. A situação é muito difícil. Eu não queria estar na pele dele", disse.
João Alberto havia decidido
abandonar a comissão alegando
prejuízos à sua campanha para
ser candidato a governador, mas
voltou atrás por pressão do líder
do PMDB, Renan Calheiros (AL).
O líder disse que teria dificuldade
para achar um substituto: nenhum senador do PMDB quer assumir a investigação contra Jader.
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