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ELEIÇÕES 2006 / CAMPANHA
Candidatos declaram ao TSE R$ 180 mi em arrecadação
Acusados de participar do mensalão, 12 candidatos à reeleição já têm caixa de R$ 966 mil
Valdemar Costa Neto (PL),
que renunciou, já recebeu
R$ 767 mil, enquanto Osmar
Serraglio (PMDB), da CPI dos
Correios, só obteve R$ 10 mil
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os candidatos a cargos públicos destas eleições declararam
ao TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) uma arrecadação total de R$ 180,3 milhões em verbas e bens para campanhas políticas, dos quais R$ 94,1 milhões (52%) já foram gastos.
O valor arrecadado pelos políticos em todo país é a soma de
R$ 152,7 milhões recebidos pelos candidatos e R$ 27,6 milhões pelos comitês eleitorais
de cada partido. Apesar disso, o
valor é apenas uma pequena
parte da previsão de arrecadação total apresentada antes das
campanhas: R$ 20 bilhões.
O valor total das receitas declaradas, entretanto, deve ser
visto com reservas. Alguns candidatos optam por enviar duas
informações separadas sobre o
dinheiro recebido: uma que recebem de maneira direta e outra por meio dos comitês eleitorais de seus partidos.
Ocorre que os candidatos
não informam ao TSE quais são
as doações que aparecem nas
duas prestações de contas
-pois a lei não faz essa exigência. É possível que o valor de R$
180 milhões seja menor, mas
essa informação só será conhecida quando as finanças forem
de fato reveladas integralmente após as eleições.
Quando se consideram apenas os valores totais informados pelos candidatos e seus comitês partidários, nota-se que
eles conseguiram até agora um
superávit de R$ 82,2 milhões
-o saldo das receitas menos as
despesas já realizadas.
A lei não obriga que os candidatos detalhem suas receitas
nem que informem os doadores. Também não existe uma
sanção clara para os que omitirem dados nos atuais relatórios. Em 6 de setembro todos
terão novamente de apresentar
dados sobre suas finanças.
Existem cerca de 20 mil candidatos a presidente, governador, senador e deputado federal, estadual e distrital.
Mensaleiros
Entre os 19 deputados acusados de participar do esquema
do mensalão, 12 são candidatos
à reeleição na Câmara e já conseguiram arrecadação de R$
965,7 mil. Grande parte, R$ 767
mil, se refere apenas ao ex-deputado Valdemar Costa Neto
(PL-SP), um dos quatro que renunciaram ao cargo para evitar
o risco de cassação. Por enquanto, ele declara só ter gasto
cerca de R$ 112 mil.
Entre os deputados absolvidos pela Casa, dois deputados
petistas de São Paulo, João
Paulo Cunha e Professor Luizinho lideram na receita de campanha, com R$ 400 mil e R$
245,6 mil, respectivamente.
Aqueles que comandaram a
apuração do mensalão angariaram menos fundos. O deputado
Osmar Serraglio (PMDB-PR),
relator da CPI do Mensalão e
candidato à reeleição, obteve
R$ 10 mil. O presidente da CPI
e candidato ao governo de Mato
Grosso do Sul, senador Delcídio Amaral (PT) recebeu R$
250 mil. E o deputado Ricardo
Izar (PTB-SP), presidente do
Conselho de Ética, que tenta
mais um mandato, R$ 15 mil.
Estados
Somando a receita de candidatos e comitês estaduais, São
Paulo tem a maior arrecadação:
R$ 29,6 milhões, 16,4% do total.
Nesse montante estão as seguintes arrecadações para candidatos ao governo: José Serra,
com R$ 3,6 milhões, e Orestes
Quércia e Aloizio Mercadante,
com R$ 1,7 milhão cada um.
(LEILA SUWWAN E FERNANDO RODRIGUES)
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