São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / CAMPANHA

Candidatos declaram ao TSE R$ 180 mi em arrecadação

Acusados de participar do mensalão, 12 candidatos à reeleição já têm caixa de R$ 966 mil

Valdemar Costa Neto (PL), que renunciou, já recebeu R$ 767 mil, enquanto Osmar Serraglio (PMDB), da CPI dos Correios, só obteve R$ 10 mil


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os candidatos a cargos públicos destas eleições declararam ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) uma arrecadação total de R$ 180,3 milhões em verbas e bens para campanhas políticas, dos quais R$ 94,1 milhões (52%) já foram gastos.
O valor arrecadado pelos políticos em todo país é a soma de R$ 152,7 milhões recebidos pelos candidatos e R$ 27,6 milhões pelos comitês eleitorais de cada partido. Apesar disso, o valor é apenas uma pequena parte da previsão de arrecadação total apresentada antes das campanhas: R$ 20 bilhões.
O valor total das receitas declaradas, entretanto, deve ser visto com reservas. Alguns candidatos optam por enviar duas informações separadas sobre o dinheiro recebido: uma que recebem de maneira direta e outra por meio dos comitês eleitorais de seus partidos.
Ocorre que os candidatos não informam ao TSE quais são as doações que aparecem nas duas prestações de contas -pois a lei não faz essa exigência. É possível que o valor de R$ 180 milhões seja menor, mas essa informação só será conhecida quando as finanças forem de fato reveladas integralmente após as eleições.
Quando se consideram apenas os valores totais informados pelos candidatos e seus comitês partidários, nota-se que eles conseguiram até agora um superávit de R$ 82,2 milhões -o saldo das receitas menos as despesas já realizadas.
A lei não obriga que os candidatos detalhem suas receitas nem que informem os doadores. Também não existe uma sanção clara para os que omitirem dados nos atuais relatórios. Em 6 de setembro todos terão novamente de apresentar dados sobre suas finanças.
Existem cerca de 20 mil candidatos a presidente, governador, senador e deputado federal, estadual e distrital.

Mensaleiros
Entre os 19 deputados acusados de participar do esquema do mensalão, 12 são candidatos à reeleição na Câmara e já conseguiram arrecadação de R$ 965,7 mil. Grande parte, R$ 767 mil, se refere apenas ao ex-deputado Valdemar Costa Neto (PL-SP), um dos quatro que renunciaram ao cargo para evitar o risco de cassação. Por enquanto, ele declara só ter gasto cerca de R$ 112 mil.
Entre os deputados absolvidos pela Casa, dois deputados petistas de São Paulo, João Paulo Cunha e Professor Luizinho lideram na receita de campanha, com R$ 400 mil e R$ 245,6 mil, respectivamente.
Aqueles que comandaram a apuração do mensalão angariaram menos fundos. O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da CPI do Mensalão e candidato à reeleição, obteve R$ 10 mil. O presidente da CPI e candidato ao governo de Mato Grosso do Sul, senador Delcídio Amaral (PT) recebeu R$ 250 mil. E o deputado Ricardo Izar (PTB-SP), presidente do Conselho de Ética, que tenta mais um mandato, R$ 15 mil.

Estados
Somando a receita de candidatos e comitês estaduais, São Paulo tem a maior arrecadação: R$ 29,6 milhões, 16,4% do total. Nesse montante estão as seguintes arrecadações para candidatos ao governo: José Serra, com R$ 3,6 milhões, e Orestes Quércia e Aloizio Mercadante, com R$ 1,7 milhão cada um. (LEILA SUWWAN E FERNANDO RODRIGUES)


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