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Oposição vai tentar barrar votações até Renan sair
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A oposição vai tentar paralisar as votações no Senado para
forçar o Palácio do Planalto a
retirar seu apoio ao presidente
da Casa, Renan Calheiros
(PMDB-AL), o que tornaria sua
situação insustentável.
O governo federal precisa
aprovar a prorrogação da cobrança da CPMF, o chamado
imposto do cheque, e da DRU
(Desvinculação das Receitas da
União) até o final do ano.
Renan e seus aliados apostam no desgaste do PSDB e do
DEM ao se recusarem a votar
matérias consideradas importantes para o país. Eles também
afirmam que essa estratégia vai
configurar um embate entre
governo e oposição, situação
que pode dar mais fôlego ao
presidente do Senado.
Preocupada com a situação, a
líder do PT na Casa, senadora
Ideli Salvatti (SC), já alertou o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, em duas reuniões do conselho político, que sem a ajuda
da oposição não é possível
prorrogar a CPMF e a DRU.
Como são emendas constitucionais, essas matérias exigem
a aprovação de no mínimo 60%
dos senadores. Juntos, o PSDB
(13) e o DEM (17) possuem 30
dos 81 senadores, ou seja, mais
de um terço da Casa. A oposição
conta ainda com votos na bancada do PMDB e eventualmente na do PDT.
Senadores da oposição argumentam que, aproveitando-se
do cargo, Renan está interferindo nas investigações e protelando o processo contra ele
no conselho. Por isso, líderes
do DEM e do PSDB protagonizaram embates com Renan no
plenário pedindo que ele se licencie do cargo.
"O Senado não aprova essa
CPMF. Chega de carga tributária! Com Renan na presidência
não se vota nada", disse o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).
PDT
Com atuação independente,
o PDT, que possui quatro senadores, não pretende aderir à
obstrução. O partido, apesar da
posição neutra, comanda o Ministério do Trabalho no segundo mandato do governo Lula.
O líder do partido na Casa,
senador Jefferson Péres (AM),
liberou a bancada. "Eu defendo
que possamos votar. Dá para fazer as duas coisas: investigar e
votar", disse o senador Osmar
Dias (PDT-PR).
O líder do governo, senador
Romero Jucá (PMDB-RR),
afirmou que vai tentar dialogar
com a oposição. "O segundo
passo é colocar 41 em plenário
[quórum mínimo para votar].
Não queremos medir forças
com a oposição", disse ele.
Entre as prioridades do Senado neste semestre estão a
conclusão do pacote de segurança pública e a emenda constitucional que altera os critérios para pagamento de precatórios (dívidas que União, Estados e municípios têm de pagar
por decisão judicial), que deixariam de ser por ordem cronológica. Esse é um pleito dos governadores.
(FK E SN)
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