São Paulo, quinta-feira, 09 de agosto de 2007

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Oposição vai tentar barrar votações até Renan sair

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A oposição vai tentar paralisar as votações no Senado para forçar o Palácio do Planalto a retirar seu apoio ao presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), o que tornaria sua situação insustentável.
O governo federal precisa aprovar a prorrogação da cobrança da CPMF, o chamado imposto do cheque, e da DRU (Desvinculação das Receitas da União) até o final do ano.
Renan e seus aliados apostam no desgaste do PSDB e do DEM ao se recusarem a votar matérias consideradas importantes para o país. Eles também afirmam que essa estratégia vai configurar um embate entre governo e oposição, situação que pode dar mais fôlego ao presidente do Senado.
Preocupada com a situação, a líder do PT na Casa, senadora Ideli Salvatti (SC), já alertou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em duas reuniões do conselho político, que sem a ajuda da oposição não é possível prorrogar a CPMF e a DRU.
Como são emendas constitucionais, essas matérias exigem a aprovação de no mínimo 60% dos senadores. Juntos, o PSDB (13) e o DEM (17) possuem 30 dos 81 senadores, ou seja, mais de um terço da Casa. A oposição conta ainda com votos na bancada do PMDB e eventualmente na do PDT.
Senadores da oposição argumentam que, aproveitando-se do cargo, Renan está interferindo nas investigações e protelando o processo contra ele no conselho. Por isso, líderes do DEM e do PSDB protagonizaram embates com Renan no plenário pedindo que ele se licencie do cargo.
"O Senado não aprova essa CPMF. Chega de carga tributária! Com Renan na presidência não se vota nada", disse o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).

PDT
Com atuação independente, o PDT, que possui quatro senadores, não pretende aderir à obstrução. O partido, apesar da posição neutra, comanda o Ministério do Trabalho no segundo mandato do governo Lula.
O líder do partido na Casa, senador Jefferson Péres (AM), liberou a bancada. "Eu defendo que possamos votar. Dá para fazer as duas coisas: investigar e votar", disse o senador Osmar Dias (PDT-PR).
O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que vai tentar dialogar com a oposição. "O segundo passo é colocar 41 em plenário [quórum mínimo para votar]. Não queremos medir forças com a oposição", disse ele.
Entre as prioridades do Senado neste semestre estão a conclusão do pacote de segurança pública e a emenda constitucional que altera os critérios para pagamento de precatórios (dívidas que União, Estados e municípios têm de pagar por decisão judicial), que deixariam de ser por ordem cronológica. Esse é um pleito dos governadores. (FK E SN)


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