São Paulo, quinta-feira, 09 de agosto de 2007

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Cassol é denunciado por compra de votos

Procurador-geral da República também ofereceu denúncia contra o senador Expedito Júnior (PR-RO), além do governador

Antonio Fernando de Souza, que denunciou outras 11 pessoas, tomou como base investigações conduzidas pela PF; envolvidos negam

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA

O governador de Rondônia, Ivo Cassol (afastado do PPS), foi denunciado ontem ao STF (Supremo Tribunal de Federal) pela Procuradoria Geral da República sob as acusações de compra de votos, coação no curso do processo, formação de quadrilha e falso testemunho.
Se a Justiça aceitar a denúncia, ele pode ser condenado a até 15 anos de reclusão, mais multas. Também foram denunciados o senador Expedito Júnior (PR-RO) -por compra de votos e formação de quadrilha- e outras 11 pessoas.
Alguns dos denunciados são suspeitos de envolvimento em um esquema de compra de votos; outros são suspeitos de coagir posteriormente as testemunhas desse esquema. Cassol e Expedito negam as suspeitas.
A denúncia do procurador-geral, Antonio Fernando de Souza, se atém ao âmbito penal das irregularidades. Na esfera eleitoral, Expedito Júnior já foi cassado por unanimidade no Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia, mas apelou da decisão no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Cassol ainda não foi julgado pelo TRE, apesar de já estar sendo processado pelo Ministério Público Eleitoral.
Antonio Fernando se baseou em resultados de dois inquéritos da PF. O primeiro, encerrado em dezembro de 2006, concluiu que ao menos 950 funcionários da Rocha Segurança e Vigilância, do irmão do senador Expedito Júnior, receberam R$ 100 para que votassem nele, em Cassol e outros dois candidatos que não se elegeram.
À época, a Folha falou com quatro dos cinco vigilantes que fizeram a denúncia. Eles confirmaram ter recebido a quantia para votar nos candidatos.
Neste inquérito, Expedito Júnior foi indiciado. As suspeitas sobre Cassol foram apenas relatadas ao Superior Tribunal de Justiça, sob o argumento de que a PF não poderia investigá-lo sem consultar o tribunal.
A segunda investigação se refere ao que ocorreu após a conclusão da primeira. Segundo a PF, Cassol mandou a Polícia Civil instalar inquérito para investigar os vigilantes que fizeram a denúncia. "A investigação estadual foi instaurada com o claro intuito de criar fatos novos relacionados aos delitos eleitorais, mediante manipulação de provas e intimidação de testemunhas", diz a denúncia da Procuradoria Geral.
Nesta investigação, Cassol foi indiciado pela PF por usurpação de função pública, falso testemunho, oferecimento de vantagem a testemunha, coação no curso do processo e formação de quadrilha.


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