São Paulo, sábado, 09 de setembro de 2000

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PAINEL

Solidariedade feminina
Patrícia Gomes (PPS) recebeu ontem carta de Marta Suplicy manifestando "solidariedade e indignação perante tão infame campanha contra sua honra e condição de mulher". A petista refere-se aos ataques que a ex-mulher de Ciro sofre de adversários em Fortaleza, que vêm sujando a cidade com mensagens apócrifas baixas e chulas.

Questão de honra
Na carta que enviou a Patrícia, Marta diz ser "inaceitável que, no início do século 21, este tipo de machismo ainda exista". Lembra que ela, Marta, e seu partido, o PT, apóiam a candidatura de Inácio Arruda (PC do B). "Mas eu quero reagir contra a injustiça para com você".

Retribuição a Ciro
A solidariedade manifestada por Marta a Patrícia é extensiva a Ciro Gomes, que em São Paulo deu uma ajuda à candidata petista ao não apoiar Luiza Erundina (PSB). "Sei que (ele) está ao seu lado para enfrentar este absurdo e defender o debate democrático e respeitoso entre todos os candidatos", encerra.

Exposição desnecessária
Marta contrariou parte do comando de sua campanha ao visitar uma boate GLS, anteontem à noite. Avalia-se que a petista já será votada por essas minorias e não deveria abrir um flanco desnecessário para que setores conservadores possam estimular o preconceito e estigmatizá-la.

Voz mascarada
Alckmin está usando uma arma malufista para rebater críticas do candidato do PPB. No rádio, uma voz imita o radialista Gil Gomes, cabo de Maluf: "O Maluf disse para não votar mais nele, se Pitta não fosse um bom prefeito. Faça o que o Maluf mandou. Não vote nele!".

Honra ao mérito
Parece concurso de humorismo. O novo slogan de Pitta, apresentado no horário eleitoral do PTN, diz que "nunca se trabalhou tanto por São Paulo".

Aritmética carlista
ACM espalha que, dos 13 senadores do bloco de oposição, 12 teriam lhe dito que vão apoiar Sarney contra Jader na disputa pela presidência do Senado. O bloco de oposição, a rigor, tem só 10 votos (PT e PDT). E ainda não decidiu de que lado ficará.

Intervenção branca
A cúpula nacional do PFL, que desde o início tinha restrições a Cabo Júlio (PL), que ontem renunciou à candidatura a prefeito de Belo Horizonte, tomou para si a responsabilidade de decidir quem apoiará na capital mineira. O presidente do PFL local, Clésio Andrade, está queimado.

Dentro da base aliada
O PFL nacional decidirá nos próximos dias quem apoiará em BH: o PMDB de Maria Elvira ou o PSDB de João Leite. Se valer o pragmatismo de praxe, fica com o tucano, que está em segundo, atrás de Célio de Castro (PSB).

Famoso quem?
Piadinha que corria ontem dentro do governo: todos vão acabar descobrindo que o país tem um ministro da Ciência e Tecnologia. Na temporada das "ovadas", Ronaldo Sardenberg virou notícia ao ser alvejado por um estudante. No Sete de Setembro, foi um dos mais filmados pela TV oficial.

Mão pesada
Alcides Tápias (Desenvolvimento) exagerou ao comparar a pressão para a redução de impostos à que antecedeu a crise cambial. Se a situação fosse parecida, haveria uma enorme sonegação fiscal (como a evasão de divisas em 99). Não é o caso.

Bons companheiros
Candidato à Prefeitura de Rio Branco (AC), Flaviano Melo (PMDB) tem como cabo eleitoral Suzy Pascoal. Trata-se da irmã do deputado cassado Hildebrando Pascoal, hoje preso, que disputa a Câmara pelo PFL.

Visita à Folha
O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Marco Vinicio Petrelluzzi, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Do presidente nacional do PT, José Dirceu, sobre Mário Covas responsabilizar petistas pelas vaias que recebeu nas comemorações do Sete de Setembro:
- Mário Covas não aceita que é impopular.

CONTRAPONTO

Tipos de experiência
Horas antes do debate da TV Bandeirantes, Collor conseguiu uma liminar no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) garantindo sua participação, apesar de seu partido, o PRTB, não ter parlamentares filiados no início da atual legislatura.
No seu estilo característico, Collor apareceu muito. Discutiu com o apresentador, brigou com um jornalista, esnobou Enéas. Aproveitou ao máximo o tempo para atacar FHC.
Em um dado momento, o ex-presidente resolveu listar os cargos pelos quais passou para tentar mostrar que seria mais capacitado para governar São Paulo do que os demais candidatos:
- Fui prefeito, governador e presidente. Ninguém tem mais experiência administrativa.
O senador Eduardo Suplicy (PT), que acompanhava o debate da platéia, não perdoou, gritando do fundo:
- Experiência de qual tipo?!


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