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Ministro rebate críticas sobre excesso de MPs
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Pedro Parente
(Casa Civil) respondeu ontem
às críticas de membros do Judiciário em relação ao excesso de
medidas provisórias editadas
pelo Executivo.
Na semana passada, o ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse
que o presidente Fernando
Henrique Cardoso, em seis
anos de governo, já editou medidas provisórias em número
equivalente a 60% dos decretos-lei baixados em oito anos
de ditadura de Getúlio Vargas
(1937-45).
Parente disse que entre 1995 e
1998, período do primeiro
mandato de Fernando Henrique, a média de publicação de
novas medidas provisórias foi
de 3,3 mensais.
O ministro disse que, neste
ano, o governo está editando
uma média de duas novas MPs
por mês.
Comparação
Para fazer uma comparação,
Parente fez um levantamento
do número de MPs editadas
em 1994, quando o presidente
da República era o governador
de Minas Gerais, Itamar Franco. Segundo Parente, naquele
ano a média de edição de novas
medidas provisórias era de 7,5
por mês. O ministro não soube
dizer o conteúdo dessas MPs.
Segundo o site do Palácio do
Planalto, FHC editou 160 MPs
no primeiro mandato e 63 no
segundo, além de ter reeditado
2.449 no primeiro governo e
1.720 no segundo.
"Culpa"
O ministro disse que o Executivo não tem culpa em reeditar
82 medidas provisórias todo
mês. "Reeditamos as MPs porque elas não são votadas no
Congresso Nacional", afirmou.
Para Parente, se o Congresso tivesse aprovado a PEC (Proposta de Emenda Constitucional)
que modifica as regras para a
edição de MPs, essa questão estaria resolvida.
Oposição
"Se a oposição tivesse aceito
votar a PEC, o assunto estaria
superado, mas não houve acordo entre os líderes", afirmou
Pedro Parente.
A medida provisória é o instrumento jurídico que sucedeu
o decreto-lei, extinto pela
Constituição de 88. Com as
MPs, o Executivo assume a
atribuição de legislar, que é do
Legislativo.
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