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DIPLOMACIA
Secretário-assistente de Estado diz esperar que brasileiro defenda democracia ao visitar Cuba no final do mês
EUA pedem que Lula cobre liberdade a Fidel
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
O secretário-assistente de Estado dos EUA para o Hemisfério
Ocidental, Roger Noriega, disse
ontem esperar que o presidente
brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, faça uma defesa da democracia e da liberdade em Cuba quando visitar o ditador Fidel Castro
no final deste mês.
Em sua primeira exposição pública desde que assumiu o cargo,
Noriega afirmou também que Lula poderá ter uma nova "chance"
para ajudar os EUA e outros países no Iraque no momento da discussão de uma nova resolução no
Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Sobre outros países da América
Latina, o secretário-assistente de
Estado defendeu que o FMI (Fundo Monetário Internacional) seja
mais "flexível e razoável" com a
Argentina e afirmou, em relação à
Venezuela, que os EUA "se preocupam com qualquer ato que
ameace o povo" daquele país.
Referindo-se à região latino-americana como um todo, Noriega disse que a "ineficiência e a corrupção" continuam sendo alguns
dos principais problemas.
"Muitos líderes eleitos enfrentam problemas políticos e economias que não crescem. A ineficiência e a corrupção são os grandes problemas. Está nas mãos de
nossos vizinhos o desafio de enfrentar esses obstáculos", disse.
Comentando a visita que o presidente brasileiro deverá fazer a
Cuba logo depois de discursar no
dia 22 próximo na abertura da Assembléia Geral da ONU, em Nova
York, Noriega afirmou:
"Lula tem muita credibilidade
na defesa da liberdade e de direitos trabalhistas, enquanto Fidel
vem se opondo a tudo isso durante toda a sua vida. Lula poderia ser
uma voz poderosa de apoio a direitos essenciais, e espero que
aproveite a oportunidade de visitar Cuba para interagir com outras pessoas, pois Fidel não está
sozinho naquela ilha", disse.
Noriega é um conhecido opositor de Fidel Castro e foi indicado
pelo presidente George W. Bush
para o cargo em janeiro passado,
depois de o posto ter ficado vago
por mais de quatro anos. Seu nome foi aprovado pelo Senado norte-americano há poucos dias.
Iraque
Comentando a posição contrária do governo brasileiro em relação à guerra no Iraque, Noriega
afirmou que "um líder moral (como Lula) e uma potência global
(como o Brasil) devem desempenhar um papel importante no debate que pretende forjar um futuro melhor para o Iraque".
Ressaltando a política que qualifica como ""compaixão conservadora" do governo Bush, Noriega disse esperar que a Argentina
"feche um acordo com o FMI para voltar a atrair capital e tornar a
sua recuperação mais sustentável". "A Argentina é um bom
amigo na região e o momento é
auspicioso para a obtenção de um
acordo. O FMI deve ser mais flexível e razoável neste momento,
pois há muito em jogo", disse o
secretário-assistente de Estado.
Assim como todos os outros
funcionários do governo Bush
que falam sobre a região, Noriega
defendeu a realização da Alca
(Área de Livre Comércio das
Américas) como o principal "caminho para combater a pobreza e
as desigualdades na região".
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