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São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2003

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RUMO A 2004

Tendências se reúnem hoje para definir nome, contrariando cúpula petista

Esquerda do PT quer prévia contra Marta em São Paulo

PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

As tendências de esquerda do PT se reúnem hoje para definir o nome que pretendem registrar para disputar, em prévia interna, a indicação de candidato do partido em São Paulo contra a prefeita Marta Suplicy.
Contrariando a cúpula partidária e a do governo federal, as tendências de esquerda acreditam que vão reunir as assinaturas de um terço do Diretório ou da Comissão Executiva Municipal, que obrigaria o partido a realizar uma prévia para a escolha de seu candidato em São Paulo, como determina o estatuto petista.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do PT, José Genoino, já se manifestaram contrariamente à realização da prévia, vista como um constrangimento desnecessário para a candidatura de Marta à reeleição.
Com apoio das correntes majoritárias do partido e de suas principais lideranças, Marta dificilmente perderia a prévia interna. Mas, com a pré-candidatura registrada, a esquerda obrigaria o PT a conviver com dois postulantes oficiais à Prefeitura de São Paulo, pelo menos até 1º de novembro, a data mais próxima em que poderia ser realizada.
A esquerda tentará postergar essa data, tentando ganhar espaço interna e externamente, desgastando o quanto puder a imagem da prefeita. O prazo máximo para a realização das prévias é 9 de maio de 2005.

"Fratricídio"
O presidente do PT repetidas vezes tem lembrado o risco de disputas internas "fratricidas", citando em especial o exemplo do Rio Grande do Sul no ano passado, onde o então governador Olívio Dutra foi obrigado a disputar as prévias contra Tarso Genro.
O governador foi derrotado por Genro, que perdeu a eleição para o peemedebista Germano Rigotto. "A prévia é um direito estatutário, mas nós vamos negociar para evitá-las", insiste Genoino.
Pelo calendário definido pela Executiva Nacional do PT, a primeira semana de outubro é a data limite para uma série de decisões internas sobre a eleição.
A possibilidade de alianças, apoios a candidatos de outros partidos e realização de prévias são algumas discussões que têm de ser iniciadas.
Em 1998, quando disputou o governo do Estado de São Paulo, Marta venceu prévia interna contra o deputado estadual Renato Simões para obter a candidatura.
Sua boa performance naquela eleição -obteve 22,51% dos votos válidos, ficando próximo do então governador tucano Mário Covas (22,95%) na disputa sobre quem enfrentaria o pepebista Paulo Maluf (32,21% dos votos) no primeiro turno-, assegurou sua candidatura para a prefeitura em 2000.


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