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Advogado que depôs contra Renan diz que senador era chamado de "chefe" por lobista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), era
chamado de "chefe" pelo lobista Luiz Garcia Coelho, segundo
afirmação foi feita pelo advogado Bruno de Miranda Lins em
entrevista à revista "Veja".
Bruno, que foi casado com a
filha de Garcia Coelho, também
conta em reportagem detalhes
de como ele sacou dinheiro no
banco BMG, em Brasília, e o
distribuía. Em um dos casos diz
que levou a um político.
No começo da semana, a Folha revelou que a Polícia Federal estaria investigando o esquema de lavagem que envolveria Renan e o lobista.
O caso começou em setembro do ano passado, em um depoimento prestado à Polícia Civil do Distrito Federal pelo advogado Miranda Lins. Ele relatou que seu ex-sogro, Garcia
Coelho, manteria duas contas
no exterior e operaria para diversos políticos do PMDB, entre os quais o presidente do Senado. Coelho é pai de uma funcionária que trabalha no gabinete do senador.
Na entrevista à revista, Bruno também diz que sua ex-mulher Flávia Coelho, que trabalha como assessora de Renan,
usa o cargo para marcar audiências para "clientes" do pai
com ministros e autoridades do
governo.
"O Luiz usa esse artifício para
marcar audiências no governo.
Funciona perfeitamente. Oficialmente, é um pedido do senador, mas quem vai é o Luiz.
Imagine se alguém vai recusar
um pedido de audiência feito
em nome do presidente do
Congresso", disse o advogado
na entrevista. Flávia Coelho,
em entrevista durante a semana passada, negou as acusações
que são feitas pelo ex-marido.
Saques
Bruno contou que fazia saques em dinheiro a pedido do
lobista. Em uma vez levou ao
deputado Carlos Bezerra
(PMDB-MT) R$ 150 mil que
havia sacado no BMG por ordem de seu ex-sogro. Bezerra
teria atuado para beneficiar o
BMG na concessão de crédito
consignado. O deputado e o
banco negam.
"Eu fui sozinho até o hotel. O
próprio Carlos Bezerra me
atendeu. Estava de calça jeans,
sapatos e camisa social. Entreguei a sacola na porta do quarto, ele agradeceu e fui embora",
disse o advogado à revista.
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