São Paulo, domingo, 09 de setembro de 2007

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Advogado que depôs contra Renan diz que senador era chamado de "chefe" por lobista

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), era chamado de "chefe" pelo lobista Luiz Garcia Coelho, segundo afirmação foi feita pelo advogado Bruno de Miranda Lins em entrevista à revista "Veja".
Bruno, que foi casado com a filha de Garcia Coelho, também conta em reportagem detalhes de como ele sacou dinheiro no banco BMG, em Brasília, e o distribuía. Em um dos casos diz que levou a um político.
No começo da semana, a Folha revelou que a Polícia Federal estaria investigando o esquema de lavagem que envolveria Renan e o lobista.
O caso começou em setembro do ano passado, em um depoimento prestado à Polícia Civil do Distrito Federal pelo advogado Miranda Lins. Ele relatou que seu ex-sogro, Garcia Coelho, manteria duas contas no exterior e operaria para diversos políticos do PMDB, entre os quais o presidente do Senado. Coelho é pai de uma funcionária que trabalha no gabinete do senador.
Na entrevista à revista, Bruno também diz que sua ex-mulher Flávia Coelho, que trabalha como assessora de Renan, usa o cargo para marcar audiências para "clientes" do pai com ministros e autoridades do governo.
"O Luiz usa esse artifício para marcar audiências no governo. Funciona perfeitamente. Oficialmente, é um pedido do senador, mas quem vai é o Luiz. Imagine se alguém vai recusar um pedido de audiência feito em nome do presidente do Congresso", disse o advogado na entrevista. Flávia Coelho, em entrevista durante a semana passada, negou as acusações que são feitas pelo ex-marido.

Saques
Bruno contou que fazia saques em dinheiro a pedido do lobista. Em uma vez levou ao deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT) R$ 150 mil que havia sacado no BMG por ordem de seu ex-sogro. Bezerra teria atuado para beneficiar o BMG na concessão de crédito consignado. O deputado e o banco negam.
"Eu fui sozinho até o hotel. O próprio Carlos Bezerra me atendeu. Estava de calça jeans, sapatos e camisa social. Entreguei a sacola na porta do quarto, ele agradeceu e fui embora", disse o advogado à revista.


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