São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2008

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Alckmin muda tom e diz que rivais pioraram cidade

Pressionado, tucano ataca prefeitura, que conta com diversos filiados ao seu partido

Presidente do PSDB critica atitude de ex-governador: "Não está certo; é uma questão de bom senso", afirma Sérgio Guerra


DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE

Em mais uma demonstração do racha do partido, o candidato do PSDB à Prefeitura, Geraldo Alckmin, fez ontem -dois dias antes de um jantar de confraternização partidária- duras críticas à administração Serra/Kassab. Contrariando recomendações do próprio governador José Serra e do comando nacional do PSDB, Alckmin disse que a atual gestão, repleta de tucanos, não resolveu os problemas da cidade.
Alvo de discórdia numa reunião de campanha na noite de ontem, a estratégia surgiu após a última pesquisa Datafolha, na qual Alckmin (22%) e o prefeito Gilberto Kassab (18%) aparecem tecnicamente empatados.
"A ex-prefeita já teve a sua oportunidade. O atual prefeito também. E os problemas de São Paulo, problemas estruturantes, maiores, não foram resolvidos. Pelo contrário, estão sendo agravados. Veja a questão do transporte coletivo, o quanto piorou. A questão da saúde piorou, é impressionante. A questão da educação: aumentou o número de crianças fora de creches e Emeis", disse Alckmin.
À frente da Prefeitura de São Paulo de 2005 a março de 2006, Serra evitou comentar publicamente a atitude do candidato do PSDB. O governador, informou, por sua assessoria, que não "iria comentar declaração de candidato". Mas ele telefonou para dirigentes tucanos para reclamar de Alckmin.
Avesso à linha de ataque, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), reclamou: "Não está certo. É uma questão de bom senso. Quando ele está bem [nas pesquisas], afrouxa. Quando cai, bate", reagiu Guerra, em São Paulo para acompanhar as eleições.
Tentando reassumir o lugar de antipetista, Alckmin disse que tem mais chance de vencer Marta Suplicy. "É natural que candidatos que estavam bem mais abaixo cresçam um pouco. Isso não muda o cenário. Acho que o cenário está muito claro. Nós temos a chance de vencer a candidata do PT", declarou.
Embora minimize o peso das pesquisas e afirme que essas oscilações são normais, Alckmin fez questão de ressaltar seu baixo índice de rejeição, de 17%. "As pesquisas indicam que nós vamos para o segundo turno e lá temos a menor rejeição."
A estratégia de ataque rachou o Diretório Municipal do PSDB. Na reunião de ontem à noite, os alckmistas cobraram maior participação de Serra na campanha e exigiram punições aos kassabistas. O serrista José Henrique Reis Lobo encerrou seu discurso afirmando que que o partido deveria ter tomado uma decisão em favor da campanha: "Só perdemos nosso tempo reclamando e defendendo a punição dos dissidentes. Tudo tem a sua hora".
(THIAGO FARIA E CATIA SEABRA)


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