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Alckmin muda tom e diz que rivais pioraram cidade
Pressionado, tucano ataca prefeitura, que conta com diversos filiados ao seu partido
Presidente do PSDB critica atitude de ex-governador: "Não está certo; é uma questão de bom senso", afirma Sérgio Guerra
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA ONLINE
Em mais uma demonstração
do racha do partido, o candidato do PSDB à Prefeitura, Geraldo Alckmin, fez ontem -dois
dias antes de um jantar de confraternização partidária- duras críticas à administração
Serra/Kassab. Contrariando
recomendações do próprio governador José Serra e do comando nacional do PSDB,
Alckmin disse que a atual gestão, repleta de tucanos, não resolveu os problemas da cidade.
Alvo de discórdia numa reunião de campanha na noite de
ontem, a estratégia surgiu após
a última pesquisa Datafolha, na
qual Alckmin (22%) e o prefeito
Gilberto Kassab (18%) aparecem tecnicamente empatados.
"A ex-prefeita já teve a sua
oportunidade. O atual prefeito
também. E os problemas de São
Paulo, problemas estruturantes, maiores, não foram resolvidos. Pelo contrário, estão sendo
agravados. Veja a questão do
transporte coletivo, o quanto
piorou. A questão da saúde piorou, é impressionante. A questão da educação: aumentou o
número de crianças fora de creches e Emeis", disse Alckmin.
À frente da Prefeitura de São
Paulo de 2005 a março de
2006, Serra evitou comentar
publicamente a atitude do candidato do PSDB. O governador,
informou, por sua assessoria,
que não "iria comentar declaração de candidato". Mas ele telefonou para dirigentes tucanos
para reclamar de Alckmin.
Avesso à linha de ataque, o
presidente nacional do PSDB,
senador Sérgio Guerra (PE), reclamou: "Não está certo. É uma
questão de bom senso. Quando
ele está bem [nas pesquisas],
afrouxa. Quando cai, bate", reagiu Guerra, em São Paulo para
acompanhar as eleições.
Tentando reassumir o lugar
de antipetista, Alckmin disse
que tem mais chance de vencer
Marta Suplicy. "É natural que
candidatos que estavam bem
mais abaixo cresçam um pouco.
Isso não muda o cenário. Acho
que o cenário está muito claro.
Nós temos a chance de vencer a
candidata do PT", declarou.
Embora minimize o peso das
pesquisas e afirme que essas
oscilações são normais, Alckmin fez questão de ressaltar
seu baixo índice de rejeição, de
17%. "As pesquisas indicam que
nós vamos para o segundo turno e lá temos a menor rejeição."
A estratégia de ataque rachou
o Diretório Municipal do
PSDB. Na reunião de ontem à
noite, os alckmistas cobraram
maior participação de Serra na
campanha e exigiram punições
aos kassabistas. O serrista José
Henrique Reis Lobo encerrou
seu discurso afirmando que
que o partido deveria ter tomado uma decisão em favor da
campanha: "Só perdemos nosso tempo reclamando e defendendo a punição dos dissidentes. Tudo tem a sua hora".
(THIAGO FARIA E CATIA SEABRA)
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