São Paulo, segunda-feira, 09 de outubro de 2006

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Rivais evitam cumprimentos após o confronto

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, arriou para passar por trás do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), na saída do debate da Rede Bandeirantes. Esgueirando-se, Tarso evitou cumprimentar o adversário. Já dentro do táxi, Alckmin deixou o carro para se despedir do ex-secretário municipal de Saúde, Cláudio Lottenberg, mas ignorou a presença do ministro Luiz Dulci e do governador eleito Jacques Wagner ao seu lado.
Esse foi o desfecho do debate. Iniciada com a protocolar cumprimento entre políticos de campo adversário, o confronto foi marcado por uma guerra de torcida, frenética movimentação e troca de farpas ao longo de suas duas horas. Um dos momentos mais tensos foi o pedido de direito de resposta de Lula, quando os assessores, dentro do cenário, acenaram uns para os outros com o debate ainda no ar.
Por determinação do comando da campanha, o advogado do PSDB, Ricardo Penteado, foi escalado para deter a possibilidade de concessão de tempo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A negociação consumiu pelo menos 20 minutos.
Apesar dos apelos da organização, não foi possível conter a manifestação da platéia. "Está nervoso?", gritava Zulaiê Cobra quando Lula falava. "O que é isso?", reagiu a ex-prefeita Marta Suplicy, quando Alckmin pediu respeito a Lula. A participação da platéia começou no primeiro bloco, quando tucanos aplaudiram Alckmin.
Marcada pela ausência de líderes nacionais do PFL - inclusive do vice, José Jorge - a platéia tucana riu, às gargalhadas, quando Lula anunciou obras para os governos futuros. Exibindo um sorriso irônico no rosto, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), fazia comentários duros sobre a atuação do petista. "Não sabe nem ler", afirmou, no momento em que Alckmin corrigiu o petista.
Na saída, o coordenador de comunicação da campanha de Alckmin, Luiz Gonzalez, passou por um grupo de petistas desgarrados sem os cumprimentar. Citado duas vezes no debate, o governador eleito de São Paulo, José Serra, resumiu o que o debate prenuncia. "Sem dúvida, será uma campanha dura."


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