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Eleitor mineiro cede e apóia Alckmin, diz PSDB
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO
HORIZONTE
O PSDB de Minas Gerais avalia que a boa votação alcançada
por Geraldo Alckmin no Estado, segundo colégio eleitoral do
país, indica que o eleitor mineiro deixou de considerar uma
eventual vitória do tucano paulista como uma ameaça ao projeto Aécio Neves-2010.
Essa resistência havia sido
detectada em pesquisas qualitativas realizadas pelo partido
no começo do primeiro turno.
À medida que foi havendo a
quebra da "resistência aos paulistas", conforme dito à Folha
pelo staff do PSDB mineiro,
Alckmin foi crescendo e será
favorecido agora.
No primeiro turno, o ex-governador de São Paulo ficou
apenas 1 milhão de votos atrás
de Lula, em um total de 13,6
milhões de eleitores de Minas.
O que determinou a quebra
dessa resistência, segundo o
PSDB, foi o engajamento de
Aécio na campanha de Alckmin, desfazendo a imagem de
que o paulista seria um obstáculo à tentativa de Aécio se tornar presidente em 2010.
Minas foi um dos Estados
mais visitados por Alckmin no
primeiro turno. Ele esteve em
território mineiro em todas as
semanas dos três meses de
campanha, sendo que em algumas semanas foi duas vezes,
sempre com Aécio a tiracolo.
Esse desejo do eleitorado em
ver Aécio presidente, conforme
avaliou o publicitário e marqueteiro Paulo Vasconcelos,
contribuiu para os 77% dos votos válidos que deram a reeleição ao governador tucano, um
recorde na política mineira.
O PT, reconhecendo o peso
de Aécio nessa disputa e seguindo orientação de Lula, decidiu enaltecer a boa relação do
presidente com o mineiro.
Ou seja, Lula quer usar a
imagem de Aécio para evitar
não apenas que Alckmin cresça
no Estado, como também que
ele possa tomar do tucano ao
menos 1 milhão de votos.
Lula obteve 50,8% dos votos
válidos (5,19 milhões de votos);
Alckmin, 40,6% (4,15 milhões).
Esse resultado causou alívio no
PSDB-MG, incomodado com
comentários de que Alckmin
não crescia no Estado pela falta
de entusiasmo no engajamento
de Aécio, conforme disse à Folha um alto dirigente tucano.
O PSDB-MG diz não temer
Alckmin presidente. Aposta
que a reeleição vai cair e, assim,
Alckmin e Serra deixarão de
ameaçar o projeto Aécio-2010.
Por isso o PT e seus aliados não
querem apenas explorar a boa
relação Lula-Aécio. Querem
que o sentimento de risco ao
projeto 2010 seja retomado. O
ex-ministro e deputado federal
eleito Ciro Gomes (PSB-CE),
por exemplo, já entrou na discussão. "Quem defende Aécio
em Minas deve defender Lula."
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