São Paulo, terça-feira, 09 de outubro de 2007

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Renan não aparece no Senado e solta nota para negar espionagem

Senador diz que "repudia as falsas acusações" sobre "práticas inescrupulosas"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O senador Renan Calheiros não apareceu ontem na Casa para se defender das denúncias de arapongagem contra senadores da oposição, mas, pressionado a se explicar, acabou divulgando uma nota afirmando que são falsas as acusações e que não partem de seu caráter práticas "inescrupulosas".
"À medida que a verdade vai destruindo as falsas imputações pretéritas, buscam novas tramas para me indispor com a Casa. Eu, sim, tive a vida devassada e não recorreria a indignidades como as que me foram falsamente atribuídas", disse.
No texto, afirmou ainda que "repudia" as acusações de que teria usado seu assessor especial, Francisco Escórcio, para espionar os colegas Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO).
A nota foi lida no plenário pelo primeiro-vice-presidente da Casa, Tião Viana (PT-AC), às 17h. "Repudio, mais uma vez, com a veemência e indignação que a situação exige, as falsas acusações de que estaria usando servidores do Senado para práticas inescrupulosas, imorais e ilegais. Isso não faz parte do meu caráter." Renan termina a nota dizendo que todos os senadores têm o seu respeito.
No final de semana, ele não cogitava responder às denúncias. Almeida Lima (PMDB-SE), um de seus principais aliados, disse que ele não "tinha dado importância" e classificou o caso como "nova tentativa de golpe". Ontem, no entanto, mudou de idéia e divulgou a nota para evitar ser cobrado a se explicar no plenário.
Além disso, ele busca uma saída para afastar Escórcio do posto sem exonerá-lo, já que se trata de um ex-senador, ligado a José Sarney (PMDB-AP).
O caso veio à tona depois que Demóstenes dizer que seu amigo Pedrinho Abrão, empresário, se encontrou com Escórcio em Goiânia, no escritório de um advogado. Na ocasião, segundo a reportagem apurou, Escórcio queria ajuda de Abrão para grampear os telefones de Demóstenes e Perillo e fotografá-los embarcando em jatinhos de empresários da região. O plano fracassou. (SN)


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