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Governo prepara reformulação da Abin
Estudo do Ministério da Justiça propõe que agência fique subordinada à Presidência e evite trombar com a PF
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A pedido do presidente Lula,
o Ministério da Justiça elaborou uma proposta de reformulação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Há dois
modelos para modernizar o órgão. Em ambos, a agência sai do
Gabinete de Segurança Institucional e passa a se reportar diretamente à Presidência.
O estudo foi iniciado em
2006 e concluído no começo
deste ano, ainda na gestão de
Márcio Thomaz Bastos na Justiça. Não andou porque o presidente reluta em mexer no GSI,
que tem como ministro o general Jorge Armando Félix, a
quem Lula tem como amigo.
A diferença entre os dois modelos está no trabalho de inteligência, matéria-prima do órgão
de assessoramento presidencial, que a partir de hoje passa a
ser comandado pelo delegado
Paulo Lacerda, que há um mês
deixou a diretoria geral da PF.
Em um desenho, esse levantamento de dados seria feito
pela Polícia Federal, sob encomenda da agência, que se limitaria a analisar as informações.
No outro, a Abin faria ações de
inteligência em parceria com a
PF. Hoje a Abin é um órgão de
assessoramento que tenta
abastecer a Presidência com informações -por exemplo, o risco de o presidente ser vaiado
em determinado evento. O órgão não faz escutas telefônicas.
Os modelos visam evitar que
os dois órgãos batam cabeça. À
Abin caberia produzir informações capazes de apontar se o
presidente ou os ministros deveriam ou não fazer uma viagem. Também poderia ajudar a
selecionar a agenda de Lula, ao
levantar que interesses escondem pedidos de audiência que
fogem à rotina, e verificar a idoneidade das entidades que contratam com o poder público.
As atividades de rotina não
anulariam o levantamento de
informações de caráter estratégico, como articulação de eventuais grupos terroristas ou de
espionagem contra segredos
que interessam ao Estado.
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