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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
"Dissimulado", Kassab quer passar verniz, afirma Marta
Petista diz que sempre esteve com Lula e que prefeito se refugia "sob as asas" de Serra
Ex-prefeita mira eleitorado tucano e cita situações em que PT e PSDB se apoiaram contra Maluf, enquanto o DEM estava do lado oposto
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Marta Suplicy (PT) subiu o
tom contra Gilberto Kassab
(DEM) e afirmou ontem que
Geraldo Alckmin (PSDB), candidato derrotado no primeiro
turno da sucessão paulistana,
estava certo quando chamou o
prefeito de "dissimulado".
Ela acusou Kassab de ficar
anos ao lado do malufismo e,
agora, tentar passar "um verniz" em sua imagem e se abrigar "sob as asas" do governador
José Serra (PSDB), patrocinador de seu projeto reeleitoral.
A petista afirmou ainda que,
após deixar a Secretaria de Planejamento do ex-prefeito de
São Paulo Celso Pitta (1997-2001), Kassab não se desvinculou de sua gestão. Ela acusou o
atual prefeito de "organizar um
movimento" contra o impeachment de Pitta, em 2000.
De olho no eleitorado tucano, Marta fez questão de citar
dois momentos em que PT e
PSDB estiveram juntos: 1998,
quando ela, derrotada no primeiro turno da sucessão estadual, apoiou Mario Covas contra Paulo Maluf (PP) no segundo turno; e 2000, quando Alckmin, derrotado no primeiro
turno da sucessão municipal,
apoiou sua candidatura, também contra Maluf.
As citações foram escolhidas
a dedo: nas duas situações, Kassab ou líderes do DEM (ex-PFL) estavam do lado oposto.
"Nós somos duas candidaturas com trajetórias muito diferentes. A minha tem transparência absoluta. Sempre fui
parceira do presidente Lula.
Quando fui candidata a governadora deste Estado, depois dei
o apoio a Mario Covas. Quando
fui candidata a prefeita, recebi
o apoio de Alckmin e Mario Covas. Tenho uma trajetória absolutamente clara", afirmou Marta, durante visita pela manhã a
Santo Amaro, na zona sul.
"O outro lado vai explicar sua
trajetória e de que lado estava.
O importante é o que significa
você estar de um lado ou de outro. Estou do lado onde sempre
estive, onde batalho para que
este país possa ter uma diminuição da desigualdade", disse.
No ar
As declarações mais fortes de
Marta, porém, foram dadas à
noite, durante o programa
"Brasil Urgente", de José Luiz
Datena, na TV Bandeirantes.
"O Alckmin estava certo
quando chamou ele de dissimulado", afirmou a petista, listando o histórico de apoios de
Kassab ao malufismo. "Agora
[ele] passa um verniz em cima,
as pessoas não pensam bem de
que partido é, [ele] se abriga nas
asas e no verniz que o Serra
põe, e as pessoas esquecem que
esse homem tem biografia: esteve junto com o Pitta", disse.
Marta seguiu à risca a tática
de sua campanha: "Quem quebrou essa cidade foi Pitta, ele
[Kassab] era o secretário de
Planejamento de Pitta. Ele diz
"mas eu fiquei pouco e saí". Ele
saiu para se candidatar a deputado federal e o DEM, que é o
antigo PFL, ficou [no governo]
os quatro anos", disse a petista.
Em seguida, ela acusou Kassab de atuar nos bastidores a favor do ex-prefeito. "Quando o
Pitta quase sofreu impeachment, ele que organizou o movimento contra", afirmou.
Brecha
A estratégia de associar Kassab ao malufismo (que enfrenta
grande rejeição atualmente no
município) foi muito usada por
Alckmin no primeiro turno.
No caso de Marta, há uma
brecha, sempre usada por seus
adversários: no segundo turno
de 2004, quando a petista tentava reeleição contra Serra
-Kassab era o vice do hoje governador-, Maluf declarou
apoio a sua candidatura.
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