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Gabeira chama vereadora de "analfabeta política"
Declaração sobre aliada foi feita em telefonema
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Em busca de votos na zona
oeste do Rio, Fernando Gabeira
(PV) disse, em conversa ao telefone ouvida pela Folha, que
Lucinha, vereadora tucana
eleita com a maior votação da
capital (68.799 votos), age como "analfabeta política".
Gabeira conversava com um
interlocutor não identificado
sobre a instalação de um lixão
em Paciência (zona oeste). Ele
defendeu discutir o tema. Lucinha é contra o aterro.
Na conversa, Gabeira disse
que Lucinha tinha uma "visão
suburbana" sobre o assunto e
que estaria de "salto alto".
Quando falava ao telefone, ele
caminhava próximo a repórteres e integrantes da campanha
pelo estacionamento do Bangu
Shopping. Não se afastou do
grupo ou abaixou o tom de voz.
Procurado após a conversa,
Gabeira afirmou que foi vítima
de "invasão de privacidade".
Disse que o repórter ultrapassou a sua função, "entrando na
de detetive policial".
Ele não quis contextualizar
os termos usados na conversa,
mas falou sobre o que chamou
de ruído sobre o tema do lixão.
"Houve uma interpretação de
uma entrevista que eu dei
anunciando promover negociações em torno do lixão, e ela
interpretou que eu tinha mudado minha posição. Esclareci
que era contra, mas tinha que
buscar alternativas."
Lucinha foi reeleita para seu
quarto mandato tendo como
base a zona oeste, local onde
Gabeira teve o pior resultado
proporcional. Ela mantém na
região sete centros sociais, em
que oferece cursos e serviços
de graça. Uma das eleitoras que
procuraram Gabeira no calçadão de Campo Grande, onde fazia corpo-a-corpo, decidiu
apoiá-lo após conversa com
uma manicure do centro.
"Ela disse que a Lucinha está
com ele. Votei em branco no
primeiro turno, mas vou votar
nele agora", afirmou a acompanhante Josefa Santana, 60.
Lucinha não atendeu aos telefonemas da Folha ontem.
Antes da conversa, o candidato disse que a vereadora seria "fundamental" para ampliar o eleitorado na zona oeste, onde ele obteve baixa votação, ficando atrás até mesmo
de Marcelo Crivella (PRB).
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