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Yeda obtém 1ª vitória em processo de impeachment
Decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário, onde tucana tem apoio da maioria
Sem votos suficientes para impedir a aprovação do relatório, os 12 deputados da oposição abandonaram a sessão de votação do texto
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A comissão especial da Assembleia Legislativa do Rio
Grande do Sul aprovou, por 16
votos a 0, relatório que pede o
arquivamento da ação de impeachment contra a governadora Yeda Crusius (PSDB).
Tensa, a sessão foi abandonada
pelos 12 deputados de oposição,
que chamaram de "farsa" o relatório que isenta a tucana.
A decisão agora deverá ser
confirmada pelo plenário da
Assembleia, onde Yeda tem o
apoio de 33 dos 55 deputados,
em votação no próximo dia 20.
"Não se embasa o afastamento de um governante eleito democraticamente com base apenas em acusações de terceiros",
disse a relatora, a deputada tucana Zilá Breitenbach.
A governadora é acusada de
envolvimento em fraude que
desviou R$ 44 milhões do Detran-RS (Departamento Estadual de Trânsito). Ela nega a
acusação e se diz vítima de uma
campanha de desestabilização
liderada pelo PT.
Sem votos suficientes para
impedir a aprovação do relatório, a oposição tentou impedir a
votação com manobras regimentais. Uma delas foi o questionamento da validade do voto
do deputado Carlos Gomes,
que trocou o PPS pelo PRB.
Como o presidente da comissão especial, o líder do governo
Pedro Westphalen (PP), indeferiu os pedidos de suspensão
da sessão, houve tumulto e bate-boca entre integrantes da
base e da oposição.
O relatório só foi lido depois
que os opositores, em protesto,
deixaram a sessão.
"Aqui não se quer chegar à
verdade", disse Raul Pont (PT).
"Esse relatório ignorou provas
do envolvimento da governadora e votá-lo seria legitimar
uma farsa", afirmou.
Durante o dia, houve tensão
em Porto Alegre. Ainda na noite de quarta, o policiamento foi
reforçado nas imediações da
casa de Yeda. Na madrugada, a
Brigada Militar bloqueou o tráfego em frente ao local temendo protestos.
À tarde, manifestantes fizeram passeatas pelo centro da
capital pedindo a saída da governadora.
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