São Paulo, sexta-feira, 09 de outubro de 2009

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Yeda obtém 1ª vitória em processo de impeachment

Decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário, onde tucana tem apoio da maioria

Sem votos suficientes para impedir a aprovação do relatório, os 12 deputados da oposição abandonaram a sessão de votação do texto


GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A comissão especial da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou, por 16 votos a 0, relatório que pede o arquivamento da ação de impeachment contra a governadora Yeda Crusius (PSDB). Tensa, a sessão foi abandonada pelos 12 deputados de oposição, que chamaram de "farsa" o relatório que isenta a tucana.
A decisão agora deverá ser confirmada pelo plenário da Assembleia, onde Yeda tem o apoio de 33 dos 55 deputados, em votação no próximo dia 20.
"Não se embasa o afastamento de um governante eleito democraticamente com base apenas em acusações de terceiros", disse a relatora, a deputada tucana Zilá Breitenbach.
A governadora é acusada de envolvimento em fraude que desviou R$ 44 milhões do Detran-RS (Departamento Estadual de Trânsito). Ela nega a acusação e se diz vítima de uma campanha de desestabilização liderada pelo PT.
Sem votos suficientes para impedir a aprovação do relatório, a oposição tentou impedir a votação com manobras regimentais. Uma delas foi o questionamento da validade do voto do deputado Carlos Gomes, que trocou o PPS pelo PRB.
Como o presidente da comissão especial, o líder do governo Pedro Westphalen (PP), indeferiu os pedidos de suspensão da sessão, houve tumulto e bate-boca entre integrantes da base e da oposição.
O relatório só foi lido depois que os opositores, em protesto, deixaram a sessão.
"Aqui não se quer chegar à verdade", disse Raul Pont (PT). "Esse relatório ignorou provas do envolvimento da governadora e votá-lo seria legitimar uma farsa", afirmou.
Durante o dia, houve tensão em Porto Alegre. Ainda na noite de quarta, o policiamento foi reforçado nas imediações da casa de Yeda. Na madrugada, a Brigada Militar bloqueou o tráfego em frente ao local temendo protestos.
À tarde, manifestantes fizeram passeatas pelo centro da capital pedindo a saída da governadora.


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