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DEFESA
Quem restringir tecnologia está fora, diz Jobim sobre caça
DA SUCURSAL DO RIO
O Brasil vai excluir do processo de compra de caças para a FAB (Força Aérea Brasileira) quem não assegurar a
transferência irrestrita de
tecnologia, afirmou ontem
no Rio o ministro Nelson Jobim (Defesa).
"O que queremos é capacitação nacional. Um dos objetos de análise do FX é qual
dos três concorrentes terá a
autorização dos seus países
de fazer a transferência sem
nenhum segredo ao Brasil.
Onde houver restrições, está
descartado."
Segundo Jobim, a transferência irrestrita de tecnologia é o "ponto fulcral" da concorrência, mais relevante até
que a qualidade técnica.
O ministro também confirmou que hoje existe a
"preferência político-estratégica" pela proposta francesa, mas disse que "não dá para falar em tendência" [em
relação à escolha dos caças
franceses Rafale].
"É uma preferência do
presidente da República [Lula], tendo em vista nossa parceria com a França e a afirmação do presidente Sarkozy de que a transferência é irrestrita", afirmou.
Jobim ressalvou que ainda
é preciso confirmar se a garantia oferecida por Sarkozy
corresponde à proposta da
Dassault, que é uma empresa
privada.
"Quero ver o que significa
irrestrita na proposta da
Dassault, porque é uma empresa privada. Não é estatal.
As ações que o governo francês tem na Dassault são preferenciais, sem direito a voto.
Precisa saber se a Dassault,
na proposta que fez está trazendo ou não isso. Creio que
sim, mas vamos verificar."
Jobim não comentou ontem a proposta da sueca Saab
e da norte-americana
Boeing.
Em conferência da Associação dos Diplomados da
Escola Superior de Guerra
(Adesg), o ministro defendeu
que o Brasil seja "arrogante"
em seus projetos. "Chega de
pensar em complexo de vira-latas", afirmou.
Jobim disse ainda que o
orçamento da estratégia está
sendo elaborado e deve estar
pronto em até 60 dias.
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