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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ O MARQUETEIRO
Jader Kalid Antônio declara não ser dono da conta Kanton, uma das seis que fizeram remessas para de dólares para a Dusseldorf
Doleiro nega ter abastecido conta de Duda
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O consultor financeiro Jader
Kalid Antônio negou ontem que
seja dono da conta Kanton, que,
conforme documentos bancários
recebidos dos Estados Unidos pelo Ministério da Justiça, abasteceu
a conta Dusseldorf, do publicitário Duda Mendonça, nas Bahamas. "Essa conta não é minha. Eu
não apenas indico, não opero como doleiro", disse Kalid.
A Folha revelou ontem que os
documentos recebidos pelo DRCI
(Departamento de Recuperação
de Ativos e Cooperação Jurídica
Internacional), órgão do Ministério da Justiça, indica que Kalid seria o dono da conta Kanton. O
próprio nome da conta poderia
ser um trocadilho com o nome de
Kalid Antônio. Por essa conta foi
remetido para Duda no exterior
US$ 131,8 mil.
Questionado sobre o suposto
trocadilho, Kalid disse que isso é
"imaginação fértil". Ele negou ser
o dono da conta e não quis comentar mais. Disse que iria falar
com seu advogado, já que fora
surpreendido com a reportagem
de ontem da Folha revelando a
existência desses documentos.
Kalid sustenta o que disse na
CPI dos Correios, onde afirmou
que foi procurado por Ramon
Cardoso, sócio de Marcos Valério
de Souza na SMPB, para que pudesse "indicar um caminho" para
que cerca de R$ 500 mil fossem remetidos ao exterior. Ele disse ter
feito a indicação, mas que não foi
ele quem fez a operação.
Sobre faxes trocados entre ele e
Geiza Dias, funcionária da SMPB,
ele sustenta que ela queria apenas
que ele certificasse para ela se determinadas transferências chegaram ao destino. A SMPB nega ter
contratado Kalid. O publicitário
Marcos Valério disse que é Duda
quem tem que explicar.
Pela conta Dusseldorf teriam sido enviados R$ 10,5 milhões em
2003, por pagamentos a serviços
prestados pelo publicitário ao PT
em campanhas eleitorais, incluindo a de 2002. A Polícia Federal vai
ouvir Kalid sobre o caso. Também deverá ser tomado o depoimento de Glaucio Diniz Duarte,
presidente de uma das empresas
que alimentaram a conta de Duda
no exterior.
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