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"Recebi pedidos pouco republicanos", diz Saraiva
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Terceiro ex-ministro da Saúde a ser ouvido pela CPI dos
Sanguessugas, o deputado federal Saraiva Felipe (PMDB)
disse ontem que recebeu pressões para liberação de emendas
parlamentares e pedidos "até
pouco republicanos" quando
ocupou a pasta (entre julho de
2005 e março deste ano). Saraiva depôs por cerca de uma hora
e meia. Pela manhã, foi ouvido
seu antecessor, o ex-ministro
Humberto Costa (PT).
Reeleito deputado federal,
Saraiva afirmou que, no período em que foi ministro, recebeu
"pedidos às pencas": "Até pouco republicanos". Porém, disse
ter recusado todos: "Não iria
fraquejar deixando passar alguns pedidos. Esse preço eu
não me disponho a pagar".
Saraiva contou ainda que,
por conta de sua postura, chegou a ser criticado por integrantes da sua própria bancada-a do PMDB: "Muita gente
reclamou e pediu para eliminar
a burocracia", disse. "Ao final
da minha gestão, eu tinha muitas queixas da minha bancada".
O ex-ministro negou que se
reuniu com o senador Ney
Suassuna (PMDB-PB) em dezembro de 2005 para discutir a
liberação de uma emenda de R$
1,5 milhão. Processado no Conselho de Ética por suposta participação na máfia das ambulâncias, Suassuna sustenta que
houve o encontro: "Eu acho
que ele se equivocou. Nesse período, eu estava de recesso".
Saraiva admitiu que contratou pessoas no ministério por
indicações políticas: "Recebi
muitas indicações, mas eu só
absorvi algumas pessoas". Segundo ele, nenhuma chegou a
ocupar cargo de destaque. Como exemplo, ele citou a contratação da ex-funcionária da pasta Maria da Penha Lino, acusada pela PF de ser o braço da máfia das ambulâncias. Saraiva relatou que Maria da Penha foi
indicada pelo líder do PMDB
na Câmara, Wilson Santiago.
Saraiva disse ainda que conhecia Penha "há muitos anos".
O ex-ministro também disse
que jamais se encontrou com
integrantes da família Vedoin-
apontada como líder da máfia:
"Nem com o pai, nem com o filho, nem com o Espírito Santo".
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