São Paulo, quinta-feira, 09 de novembro de 2006 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Toda Mídia Nelson de Sá Nancy e a guerra
Na madrugada de apuração nos canais de notícias,
antes de qualquer sinal da vitória dos democratas, a
CNN ouviu Howard Dean, o presidente da legenda,
que elogiou Nancy Pelosi sem parar. E o marqueteiro
democrata James Carville avisou ao republicano com
quem debatia que o foco do eleitor era o Iraque. No
velho mote dele, adaptado aqui, "é a guerra, estúpido". Vieram os resultados e, na manchete e nas fotos dos jornais, lá estava ela, a liberal Nancy Pelosi, de San Francisco, "a primeira mulher presidente da câmara", na expressão da CNN à Fox News. Não demorou e ela tomou a cena. Em coletiva ao vivo, cobrou "um sinal de mudança de direção da parte do presidente", no Iraque. Para ser exata, "o melhor lugar onde ele pode começar é trocando a liderança civil no Pentágono". Uma hora depois e os mesmos canais anunciavam a queda de Donald Rumsfeld. Em coletiva, George W. Bush ironizou que, no seu "primeiro ato bipartidário" de aproximação com Nancy Pelosi, ele ofereceu a ela "os nomes de decoradores de interiores republicanos que podem ajudá-la a escolher as novas cortinas de seu escritório". Minutos depois, porém, confirmou a saída do secretário da Defesa. E Pelosi, nos mesmos canais, descreveu a decisão como "bem-vinda" e um primeiro passo para "achar a solução para o Iraque".
NA TELEVISÃO, CAUTELA
Pelos relatos, CNN e NBC comandaram a cobertura
pós-eleição. A segunda arriscou antes das demais a vitória
democrata. Mas todas as emissoras, até com linguagem
mais cautelosa, fugiram do fiasco das últimas eleições,
quando pesquisas e projeções davam a vitória democrata
-e Bush venceu. Com isso, no que foi possível seguir, o
"WP" deu antes da TV, on-line, o resultado na câmara.
Se a eleição traz boas notícias para a paz no mundo etc.,
também leva o discurso "populista" na economia, como
destacou desde logo a CNN, de volta ao Congresso. Leia as colunas anteriores @ - Nelson de Sá Texto Anterior: Orçamento: Congresso não segue orientações da CPI para evitar fraude Próximo Texto: Campanhas ao Congresso custaram R$ 478 milhões Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |